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DIA INTERNACIONAL DA MULHER

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A marcante atuação feminina no enfrentamento a covid-19

Neste mês em que celebramos o dia internacional da mulher, data marcada pela luta feminina por igualdade de direitos civis, o Brasil também passa por um marco na sua história completando um ano de pandemia. No país em que mais da metade da população é formada por mulheres, e estas hoje ocupam espaços na sociedade graças às lutas de suas ancestrais, a presença feminina prevalece também entre os profissionais de saúde que estão trabalhando diariamente na linha de frente do combate ao novo coronavírus, visto que a profissão de enfermagem é predominantemente do gênero feminino e exerce papel fundamental no tratamento hospitalar. 

Imagem: arquivo pessoal

Diante desta crise sanitária, enfermeiras são consideradas parte do grupo mais vulnerável à contaminação por covid-19. O Brasil já passa da marca de 200 mortes de profissionais de enfermagem, respondendo por 30% das mortes de profissionais de enfermagem no mundo. Após cerca de um ano vivenciando a pandemia diariamente, trabalhando sob forte pressão e condições extremas, os impactos sofridos vão além da exaustão física, Natália Ricardo da Silva, 28 anos, técnica de enfermagem, relata a situação: “Mexe demais com o nosso psicológico  sim, cuidar de pessoas sofrendo, sem que os familiares cheguem perto, pacientes ficando cada vez mais graves, crianças e gestantes sendo acometidas, jovens e pessoas idosas morrendo, isso abala demais”.

Além de vivenciar a pandemia de forma mais intensa que o restante da população, os profissionais de saúde sofrem também com os impactos do seu trabalho em sua vida social, e sobre isso, Natália resume o sentimento: “não poder estar mais junto com familiares e amigos e saber valorizar o quanto é bom estar perto deles”. A profissional relata também a angústia por estar lidando com uma doença que não possui nenhum tratamento eficaz comprovado e com o processo lento de vacinação. “Ver a população adoecendo tão rapidamente  e na maioria das vezes não terem leito, é um pesadelo que ninguém quer mais ver esse cenário”, destaca a técnica de enfermagem.

No Brasil, as mulheres ocupam apenas 54,5% do mercado de trabalho, segundo o IBGE, e seguem com a remuneração 22% mais baixa que a dos homens. Fica a cargo delas também a maior parcela de dedicação do tempo aos afazeres domésticos e cuidado de pessoas, dedicando 21,4 horas semanais a estas tarefas, enquanto os homens dedicam apenas 11 horas semanais. Com a pandemia, ficou mais evidente a necessidade da reflexão acerca da igualdade de gênero, tema tão urgente no nosso tempo. Estudos do Banco Mundial e da ONU mostram que os danos causados pela pandemia, seja o aumento da violência doméstica ou a queda na renda, recaem mais sobre as mulheres. 

Seja no âmbito social ou profissional, é inegável a importância da igualdade de direitos às mulheres. E nesta data, além de elogios e parabenizações, mulheres querem seus direitos reconhecidos e suas vidas respeitadas. Mulheres como Natália, que estão diariamente dedicando a própria vida e abdicando do convívio com suas famílias, para salvar vidas, merecem reconhecimento e acima de tudo o respeito da população. E o mínimo que podemos fazer neste momento, é colaborar com todas as profissionais que estão combatendo diretamente o avanço do novo coronavírus. Neste dia internacional das mulheres, preserve sua vida e a de todas as mulheres que estão na linha de frente cuidando de quem mais precisa, fique em casa. 

Texto: Isabela Queiroz e Victória Borges (4° semestre -Jornalismo/UNI7) 



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