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SOLILÓQUIO: A arte que é expressão do particular

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A exposição reúne obras de oito artistas e revela que a auto-indagação pode gerar arte

Presença de grande público na galeria Vicente Leite, prestigiando a exposição (Foto: Daniel Silva)

Presença de grande público na galeria Vicente Leite, prestigiando a exposição (Foto: Daniel Silva)

Entre obras com referências filosóficas e até expressões artísticas simplistas, a abertura da exposição Solilóquio abrangeu o que há de mais pessoal nos artistas que participam da coletiva. “Fala de alguém, consigo mesmo, monólogo” é a tradução para o título da mostra. “Expressa os momentos do criador da obra consigo mesmo”, explicou Emília Porto, uma das expositoras.

Além de Emília, a Galeria de Arte Vicente Leite apresenta nesta exposição coletiva obras dos artistas Ângela Moraes, Cristiana Moura, Graça Carvalho, Leandro Alves, Lucíola Feijó, Sara Nina e Silânia Cavalcante. Todos, quando questionados, responderam com a certeza de que cada trabalho é, na verdade, um reflexo e um questionamento de cada um deles.

Silânia Cavalcante, que já ganhou muitos prêmios com a gravura em metal e viajou o Brasil mostrando sua arte, admitiu que, nessa exposição em particular, viveu uma paixão pela arte abstrata e pela escultura. Procurou retratar isso em suas obras, fugindo do que geralmente produzia. “É mágico você ter a capacidade de transformar algo inexistente para o físico. O físico que tem sentindo para você”, disse a artista.

Formada em Artes Plásticas, Sara Nina reforça a importância do apoio das instituições de ensino na formação do artista (Foto: Daniel Silva)

Formada em Artes Plásticas, Sara Nina reforça a importância do apoio das instituições de ensino na formação do artista (Foto: Daniel Silva)

Os expositores se mostraram otimistas quanto ao desempenho das artes plásticas em Fortaleza. Eles acreditam que há uma otimização desse mercado, porém não são todos que se arriscam a viver disso. O grafiteiro Leandro Alves, porém, não é um deles. Ao trazer consigo uma arte “alternativa”, diferente das que geralmente estão expostas em galerias, ele defende a incitação do movimento de democratização da arte, pois o grafite ainda é visto como sinônimo de marginalização. “Quero trazer para a galeria e não esquecer o que acontece na rua. Na verdade, quero impelir o movimento inverso”, defende o grafiteiro.

Não é o caso da psicóloga Cristiana Moura. Ela demonstra a paixão e o desapontamento de não ser possível viver de arte, ao exprimir que a valorização artística deve começar desde a escola e, hoje, isso não acontece com tanta importância quanto deveria. Por isso, uma situação tão precária dos meios culturais.

Ângela Moraes expressa a frustração de como é o ensino da arte hoje nas instituições. “Hoje, as escolas de ensino médio fingem que ensinam arte”, e defende a importância desse ensino para o aluno, auxiliando na criatividade, no olhar crítico e na formação pessoal do indivíduo. “Sendo professora, além de artista, vejo a falta que o ensino artístico faz ao aluno. Tanto os de escolas públicas, quanto particulares”. Entretanto, deixa escapar a admiração pela iniciativa da Faculdade 7 de Setembro, ao promover uma exposição cheia de obras diversificadas.

A exposição Solilóquios ficará em cartaz até o dia 18 de outubro de 2014 e está aberta ao público.

Evelyn Barreto
3º Semestre

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