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Crossfit: atleta cearense vítima de violência é exemplo de superação

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Biel Believe, de 26 anos, ficou paraplégico em 2017. Desde então, o esporte se apresentou como caminho de força e realização pessoal. Crossfit, caliestenia e surfe estão em seu dia a dia

Texto: Tainá Bayma (5º semestre/UNI7)

Biel no Box de crossfit / Imagem: Tainá Bayma

Gabriel Araújo tinha 19 anos, em 2017, quando teve a sua vida modificada após ser confundido na calçada de casa e levar 4 tiros na coluna. O jovem ficou paraplégico. O sonho de ser jogador de futebol que sempre esteve em seus desejos precisou ser interrompido. 

Depois de se recuperar, Biel descobriu a calistenia, em uma ida à praça perto de sua casa com seus amigos. O atleta conta que o método proporciona o autoconhecimento do próprio corpo, já que não são necessários pesos ou outros aparelhos para a realização dos movimentos. “O nosso corpo é o nosso próprio equipamento”, explica.

Gabriel competindo / Imagem: Reprodução Instagram

O crossfit entrou na vida do jovem de uma forma “ inusitada”: Biel sempre que passava em frente ao box de crossfit, termo que designa o local onde a prática ocorre, pensava “Nossa, um dia vou entrar aqui”. O pensamento se concretizou, e em uma das voltas à praia, ele e os amigos pediram para realizar uma aula experimental.

Desde então, o cearense vem trilhando uma carreira intensa na modalidade, com competições e vitórias.

Biel deixa mensagem para os jovens sonhadores:

https://youtu.be/3-xdwsq8Mrc?feature=shared https://youtu.be/3-xdwsq8Mrc?feature=shared https://youtu.be/3-xdwsq8Mrc?feature=shared

Em conversa com o atleta, no espaço onde Biel treina, o jovem fala sobre sua trajetória em esportes, sonhos e anseios para um futuro não tão distante. Confira a íntegra.

Como o esporte entrou na sua vida?
Eu acho que nasci com isso na veia. Na verdade o meu sonho era ser jogador de futebol.

Como você chegou até aqui?
Meu nome é Gabriel Araújo, mas sou conhecido como Biel Believe. Isso surgiu em decorrência do tempo, depois do ocorrido em 2017. Minha história mudou totalmente, inclusive os sonhos mudaram, tiveram que mudar. Hoje vivo com certeza muito melhor que antes, não que antes não fosse feliz, mas hoje sou mais. Vejo a vida de um lado que não conhecia. Dentro da calistenia o meu professor adotou esse nome pra mim, Biel Believe: o garoto que acredita.

Como começou a se interessar pelo crossfit e pela calistenia?
Comecei primeiro na calistenia. Estou praticamente há quatro anos na calistenia. Comecei a musculação na verdade com os meus amigos na praça, então a calistenia era na praça ainda. Graças a Deus hoje a gente tem um box.

E o crossfit?
O crossfit foi meio inusitado, na verdade, como um propósito de Deus. Eu sempre gostei de fazer cardio na praia e sempre voltava em frente ao box. Sempre olhava e pensei ‘Nossa, um dia vou entrar aqui para ver como é essa parada’. No entanto, a gente estava voltando da praia, eu e os meus amigos, paramos e dissemos “Mano, vamos perguntar como é isso aí”. A gente foi na recepção e perguntou se poderia fazer aula experimental. A moça disse que podíamos e marcou a minha aula, isso na sexta-feira. Quando foi na segunda-feira eu vim fazer a minha aula.

Qual a diferença do crossfit e da calistenia?
Dentro da calistenia a gente não precisa de pesos, não precisa de equipamento para realizar tal movimento. O nosso equipamento é o próprio corpo. A calistenia proporciona o autoconhecimento. Já dentro do crossfit, a gente tem levantamento de peso, barras, wall ball, kettlebell

O que é o esporte na sua vida atualmente?
Hoje, o esporte é meio que a metade do meu coração, é impossível não ver o Biel e o esporte juntos. Sou atleta profissional, algo que não imaginei que seria, porque o meu sonho era ser jogador de futebol. Mas os planos foram mudados, e hoje sou atleta profissional de crossfit e de calistenia.

Vi que você também pratica surfe. Como é essa experiência? Como consegue encaixar isso na sua vida?
Acho que é mais por hobby, mas para poder me desconectar de várias coisas. Na verdade, gosto muito da natureza e de surfar por conta disso, porque se conecta com a natureza e com aquilo que Deus criou. Já competi pelo surfe uma vez e fiquei em terceiro lugar, mas acho que é mais para o hobby mesmo. O espírito de competição é no crossfit.

Como você vê o interesse dos jovens pelo esporte?
Eu me vejo nessa pergunta, como jovem, como criança crescendo. Acho que o interesse dos jovens é mais para ter uma vida melhor, de ter uma condição melhor, de sonhar, dentro do estádio ou surfando. Na verdade, todo jovem quer ser campeão, atuar dentro do seu estado, representar o seu país, dar uma condição melhor para a sua mãe e para a sua família. Inclusive, penso muito isso de dar uma condição melhor para a minha mãe. Acho que muitos dos jovens pensam isso de entrar no esporte não só para se divertir, mas ser um profissional também.

Há muito a questão dos sonhos, de trazer o esporte como uma ponte para conseguir algo maior…
Creio que essa questão de sonhos surge porque no Brasil inteiro, no mundo inteiro, a gente tem referência disso. Um dia lá atrás alguém começou a sonhar e chegou aonde chegou. Então a gente começa a sonhar da mesma forma para chegar aonde eles chegaram.

Qual mensagem você deixa para os jovens, para quem está buscando um esporte do coração, para quem tem esse sonho não só pela questão financeira?
A mensagem que eu deixo é de que vale muito a pena praticar algum esporte, seja qual for ele. Vale muito a pena você sonhar, acreditar em si, acreditar nos propósitos de Deus para a sua vida, por mais que às vezes tenha que trilhar caminhos que parecem escuros. Mas saiba que lá no final tem uma luz, e que é lá que você tem que ir. Esporte tem salvado muitas vidas, inclusive a minha, me ajudou muito a não entrar em depressão e não entrar em ansiedade. Então o que eu deixo para vocês: continuem sonhando, continuem acreditando, vocês vão chegar lá.

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