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MAIO AMARELO : A CONSCIENTIZAÇÃO DE VIDAS NO TRÂNSITO

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Texto, Uni7 Informa

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O mês de maio é marcado pela mobilização para a conscientização dos acidentes de trânsito, e tem como objetivo chamar a atenção da sociedade para o alto índice de mortos e feridos.

O Movimento Maio Amarelo pretende fazer com que o tema segurança viária seja uma pauta nos mais diversos segmentos com o objetivo de desenvolver uma responsabilidade comportamental de modo coletivo. Criado em 11 de maio de 2011, o Movimento Maio Amarelo surgiu a partir de um projeto da Organização das Nações Unidas (ONU) que decretou a Década de Ação para Segurança no Trânsito. Esse projeto consistia na redução do percentual de 50% da violência no trânsito dos  países comprometidos com esta proposta no período de uma década. 

Em 2014 a operação chegou ao Brasil como uma maneira eficaz e eficiente de conscientizar todos os tipos de públicos, e com isso,  reduzir o  número significativo de mortos e feridos pelas ruas de todo o país. Empresas, entidades e governos participaram dessa causa na época e promoveram esforços para que a mobilização tivesse maior abrangência no Brasil. 

Graças a implantação dessa ação, alguns estados como o Ceará, em específico, a cidade de Fortaleza, tiveram resultados positivos na questão relacionada à segurança no trânsito. O gerente de educação da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC), André Luis Barcelos, analisou  a evolução da capital em relação aos acidentes.  “Fortaleza no ano de 2021, passou pela sétima redução consecutiva. Nós chegamos a  377 mortes  em 2015, e em 2021 o número  foi de 184 mortes, ou seja, mais de 51% de diminuição da mortalidade. A capital cearense está no caminho de uma cidade cada vez mais segura”.

Em 2015, a Fundação Bloomberg implementou a Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária Global, com o objetivo de diminuir acidentes e lesões no trânsito. Várias cidades participaram dessa iniciativa. Nesse período, Fortaleza foi fortalecida com a capacitação de fóruns com outros órgãos do país e do mundo de modo geral. A equipe técnica da AMC foi treinada para trabalhar com dados, o que facilitou o mapeamento dos acidentes na região. “Hoje nós temos um mapeamento preciso dos horários, dos  locais onde ocorrem os acidentes e todas as ações que a AMC executa, elas são baseadas nesse mapeamento. Fortaleza hoje é um exemplo mundial de redução da mortalidade. Várias cidades visitam a capital, para que a gente possa expor esses dados e como essa política foi feita ao longo dos anos”, revela André.

Em 2020, na segunda etapa do projeto, a cidade de Fortaleza foi escolhida como “Cidade Mentora”. O principal indicador para a escolha da capital cearense foi a queda de 50,3% no índice de mortes no trânsito.  

Um levantamento realizado em 2021 pela BBC News Brasil a partir do DataSUS, em banco de dados públicos do Sistema Único de Saúde, revela que cerca de 84% dos óbitos nas estradas do Brasil estão relacionados com motoristas do sexo masculino. Esse índice contabiliza 27.489 óbitos no trânsito brasileiro por ano. De acordo com a mesma fonte, apenas  16%, dos óbitos estão ligados a motoristas do sexo feminimo. Para o gerente de educação da AMC, André Barcelos, “não há uma correlação de gênero, mas sim de exposição, por isso que no geral tende a ter um maior número de homens do que de mulheres”, conclui o gerente da AMC.

Em 2021, cinco mil pessoas morreram em 64 mil acidentes de carro no Brasil, de acordo com o anuário da Polícia Rodoviária Federal
(Foto: Reprodução / Rede Brasil Atual – Bruno Rocha – Fotoarena – Folhapress)

Outro veículo com potencial atrativo para acidentes são as motocicletas. Caracterizadas  hoje como veículos de subsistência e com boa parte dos seus usuários sendo jovens masculinos, o número de óbitos entre esses motoristas aumenta consideravelmente. 

Diversos fatores são apontados no dia a dia como causadores dos acidentes no trânsito. Os smartphones e seus usos durante o ato de dirigir, por exemplo,  comprometem  a atenção do motorista nas estradas. O uso indevido do cinto de segurança, o consumo excessivo do álcool, o uso inadequado ou o não uso do capacete e a velocidade, também são responsáveis pela morte de diversas pessoas em acidentes que envolvem carros, motos ou veículos de maiores suportes como ônibus ou caminhões. 

A operação Lei Seca colocada em ação a partir do ano de 2008 em âmbito nacional, tem como intuito reduzir acidentes de trânsito gerados por motoristas que estão sob efeito do álcool.  As operações de blitz realizadas por policiais rodoviários e também pela AMC, acontecem a qualquer hora do dia e da noite  e submetem motoristas ao etilômetro. “Nesse sentido, a fiscalização em termos desse tipo de ocorrência tem que ser muito forte, tem que ser preventiva para que a gente tenha resultados significativos”, afirma André.

O Movimento Maio Amarelo é um período importantíssimo para os órgãos de segurança viária, porque é possível amplificar as ações de segurança, chamar atenção da sociedade para essa epidemia de sinistro de trânsito. Além disso, é um mês para mobilizar a opinião pública, destacar o tema da segurança viária nas abordagens principais e discutir a importância de ter um comportamento seguro nas rodovias. O gerente de educação da AMC, André Luis Barcelos, fala  sobre os movimentos de sua equipe para conscientizar as pessoas, “as equipes vão a campo, justamente para chamar atenção sobre as questões de sinalização, sobre o comportamento seguro e grandes comandos como as blitz, onde a população é abordada e orientada sobre a situação do país em que vive em relação às normas de trânsito”

O Maio Amarelo 2022 tem como tema “Juntos Salvamos Vidas” e traz uma proposta de união para um trânsito mais seguro.

Texto: Bianca Raynara e Joyce Gadelha (Jornalismo/UNI7)

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