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SUCESSO: Vendedor de tapiocas é atração nos bairros de Caucaia

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Robertão das Tapiocas, assim conhecido, conquista principalmente pela forma que vende. Aos 65 anos, ele transita as ruas da região em sua bicicleta com uma caixinha de som e uma alegria contagiante

José Revaro, o Robertão das Tapiocas, com sua bicicleta em um dia normal de trabalho [Fotos: Victor Marinho]

Há mais de 14 anos, Robertão das Tapiocas é praticamente um alarme matinal de terça a sábado, para os moradores do Conjunto Metropolitano, bairro onde morou por muito tempo e inicia suas vendas às 5h40 da manhã. Ao passar pelas ruas dos bairros, o vendedor toca em sua caixinha de som, sucessos dos anos 80 e 90 para chamar atenção de seus compradores, o que até hoje o faz conhecido e garante esvaziar seu estoque diário de tapiocas.

Para tanto, ele acorda à 1 hora da manhã e segue até às 5 horas para conseguir cumprir a demanda de sua clientela. Passando por pelos menos três bairros de Caucaia (Conjunto Metropolitano, Nova Metrópole e Cigana), as tapiocas de Robertão são vendidas a R$ 0,70 a unidade, além de promoções especiais em todo final de expediente.

A vida dele, ainda assim, nem sempre foi de satisfações. Até se tornar o Robertão das Tapiocas lhe custou muitos aprendizados. José Revaro Ximenes, seu nome de batismo, nasceu em Fortaleza, no bairro Antônio Bezerra. De família simples deixou de estudar cedo para trabalhar, partindo para São Paulo em busca de oportunidades. Foi faxineiro, vendedor de picolé e, mais adulto, abriu o próprio bar, que anos depois veio à falência devido ao problema dele com a bebida.

Caixinha de som usada atualmente pelo vendedor acoplada ao seu instrumento de trabalho

Após perceber, e viver, grandes dificuldades, viu que precisava se afastar da bebida e começar um novo negócio. Foi aí que voltou para o Ceará. E, já morando no Município de Caucaia, se deparou com um rapaz que fazia sucesso vendendo tapioca. Pediu, então, a ele que o ensinasse, pois o admirava e queria aprender o ofício devido às adversidades.

No início, o vendedor disse que as vendas foram difíceis. A tapioca não era boa, esfarelava nas mãos, algumas ficavam cruas e até o toca fitas, já presente desde o início, quebrava por vezes. Nas ruas as pessoas zombavam da forma alegre que vendia e até mesmo das músicas. Mas, José Revaro afirma nunca ter perdido a fé. Após algum tempo vendendo tapioca e escutando repetidamente os discos de Roberto Carlos, surgiu então, a partir de seus clientes e amigos, o título de Robertão das Tapiocas. 

Hoje, Robertão é uma das figuras que mais cativam os moradores da região. Para alguns, ele é alegria das manhãs. Muitas vezes são acordados pelas músicas da caixinha de som e não deixam de fazer seu pedido musical. Também falaram que sua tapioca, apesar de simples, é de bom tamanho com a gentileza e simpatia que ele demonstra ao vendê-la. A comunidade também faz questão de registrar o entusiasmo do vendedor. Para conhecer como faz, tem vídeos de sua performance na rua, encontrados na plataforma do YouTube.

Marleide de Sousa, 52, moradora do Conjunto Metropolitano, degustando a tapioca que compra diariamente

Há pouco meses de se aposentar da profissão, Robertão das Tapiocas afirma  que é “muito feliz de ser o que eu sou, um simples tapioqueiro. O engenheiro é feliz com a engenharia dele e eu sou feliz com a minha engenharia, que é fazer tapioca.” 

Link dos vídeos no YouTube:

Serviço Robertão das Tapiocas Tel 98974-5612

Texto: Victor Marinho (2° semestre – Jornalismo/UNI7)

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