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SÃO JOÃO: “SIMBORA QUE EM 2022 TEM ARRAIÁ!”

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Texto, Uni7 Informa

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Após dois anos sem a comemoração presencial de festas juninas no Estado, 2022 retoma as festividades com os grupos de dança .

A quadrilha também conhecida como quadrilha junina ou caipira é um estilo de dança folclórica coletiva muito popular no Brasil, principalmente no Nordeste. A dança surgiu na Inglaterra no século XVIII. Posteriormente ela foi adaptada à cultura francesa e foi se desenvolvendo nas danças de salão ao longo dos anos. 

A partir do século XIX, a dança se popularizou no Brasil mediante influência da corte portuguesa, sendo muito bem recebida pela nobreza no Rio de Janeiro, então sede da Corte. Dessa maneira, se popularizou nos meios rurais como um festejo para agradecer a colheita e, ainda, homenagear os santos populares, como o São João, Santo Antônio e São Pedro.

Em 2019, as festas juninas eram consideradas as maiores comemorações no estado do Ceará. O setor movimentou cerca de R$130 milhões em junho de 2019, de acordo com a Federação de Quadrilhas do Ceará (Fequajuce). 

Sendo a festa junina de Campina Grande, na Paraíba, a maior e mais famosa do Brasil. Em 2019 foram 2 milhões de pessoas nos 30 dias de festividade, que foi do dia 7 de junho a 7 de julho.

Infelizmente no início do ano de 2020, a pandemia de covid-19 chegou ao país, a rápida propagação do vírus fez com que o Brasil e o mundo parassem os eventos de grande aglomeração prejudicando também as festividades juninas que normalmente acontecem nos meses de junho e julho. Para o Marcador Janderson Rocha, da Quadrilha Junina Buscapé, do bairro Montese, esse período foi difícil para os grupos que costumavam realizar apresentações anualmente. “Com a chegada da pandemia no Brasil,dentre inúmeras dificuldades, o fator da motivação dos integrantes, dos apoiadores e dos participantes do grupos juninos que foi por água abaixo , uma vez desmotivado, implica em um outro fator, a dificuldade que é a baixa de integrantes, porque o grupo é o que nos financeiramente ajuda,então, o fator motivacional e da baixa de integrantes foram grandes dificuldades.” Disse o marcador.

Para tentar contornar esse problema e evitar perdas do desempenho dos trabalhos de anos anteriores, as equipes tiveram que se adaptar à realidade que o mundo vivia. Na época, o Governo do Estado do Ceará, em parceria da  Secretaria da Cultura do Estado (Secult),  promoveu eventos, como “Ceará Junino” e “Sons da Festa” para celebrar o período comemorativo de maneira virtual. Da mesma maneira, a Quadrilha Junina Buscapé utilizou as tecnologias para movimentar o grupo até a retomada efetiva do setor. Segundo Janderson Rocha, manter a chama acesa dos quadrilheiros nesse período foi muito difícil. “Manter a chama do são joão viva, diante de uma pandemia, um isolamento social e um decreto,  foi bem dificultoso. A priori a gente começou a fazer encontros virtuais, começamos a ensaiar virtualmente, posterior aos outros decretos a gente começou a se encontrar em números menores, em espaço aberto, todo mundo bem cuidado, seguindo os protocolos”. 

Conforme foram saindo os decretos editados pelo governador Camilo Santana, os brincantes de quadrilha, foram se aproximando até o momento em que puderam ensaiar. Antes disso, os grupos utilizavam os recursos de internet.

Atualmente, para custear as quadrilhas, os grupos não se limitam apenas à dança, mas propõem festas que movimentam a economia local. As atrações vão desde os concursos de quadrilha, shows de grandes artistas locais e nacionais, cidades cenográficas e espaços gastronômicos com comidas típicas, entre elas a base de milho (canjica, pamonha doce e salgada, mungunzá doce e salgada e bolo), macaxeira (pé de moleque, bolo de macaxeira e paçoca) e “pratinhos” (baião de dois, vatapá, creme de galinha, arroz branco, carne de sol acebolada).

Em Fortaleza, se  instituiu a tradição de festas, que contam com as participações de grupos de quadrilhas. O objetivo é prestigiar a data que é de grande reconhecimento e engrandecimento das tradições culturais nordestinas, tão enraizadas e esperadas pela população. Na cidade, existem bairros que mantêm essa cultura até hoje como o Festival de Quadrilhas do Bairro Ellery , Festival de Quadrilhas Pagode Sertanejo Conjunto Ceará e Festival Junino de Parangaba.

Essa festividade não se limita apenas à capital cearense, pelo contrário, demonstra popularidade entre as demais cidades da região metropolitana  de Fortaleza e do interior do Ceará, localidades que possuem fortes laços com essa cultura, motivadas fortemente pela ligação religiosa.

Em 2022, após a queda do número de casos de Covid-19 e a considerável quantidade de pessoas vacinadas no Estado, que totalizam mais de 20.220 mil, segundo a Secretária de Saúde do Estado do Ceará, acontece o retorno tão aguardado das Festas Juninas  e o sentimento dos idealizadores é de alegria, segundo o integrante da quadrilha do bairro Montese, Janderson Rocha.  “A expectativa para retomada é assim, de um milhão, a gente tá a mil por hora. Rever o público nas arquibancadas, sentir aquele calor, aquela vibração, sentir o coraçãozinho acelerado de emoção é impagável. Há 2 anos não sentimos isso, então estamos numa expectativa grandiosa e com certeza vai ser muito maravilhoso retomar o nosso São João presencial.”

           Entusiasmado, o artista conclui falando sobre a apresentação do grupo do qual faz parte. “Já temos data de lançamento, dia 10 de junho às 20 horas, no São João de Maracanaú, e a Junina Buscapé prepara para 2022, “A saga de um  quadrilheiro” que vai retratar em quadra essa essa saga maravilhosa que é de viver o são joão. Ver dentro da quadra toda a quadrilha representando como é fazer, como funciona o processo e como se constrói o são joão em todos os seus bastidores.”

Após dois anos de quarentena, as festividades poderão acontecer sem restrições em relação ao uso de máscaras, pois desde 18 de março deste ano o Ex-Governador Camilo Santana decretou a flexibilização do uso desse item em ambientes abertos.

Texto: Bianca Raynara e Joyce Gadelha (Jornalismo/Uni7)

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