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PRIMEIRA PAUTA: A dádiva do reencontro

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Crônicas, Uni7 Informa

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Chegou a hora. Tanto tempo sem vê-lo, seus traços agora são um borrão na memória, ela nem lembra mais o tom da sua voz. O medo de que tudo o que viveram juntos tenha se tornado apenas uma lembrança, distante, pulsa dentro do peito de Gabriela. Apesar do receio e após seis meses de isolamento social, ela vai ao encontro de Felipe.

Os dois se conheceram há cinco anos, tiveram muitos momentos difíceis, mas nunca imaginaram passar por algo tão perturbador quanto uma pandemia. Gabriela ficou em casa com os pais idosos durante todo o isolamento e manteve uma rotina de trabalho em casa. Tentou se manter tranquila durante esse tempo, mas seu relacionamento com Felipe se tornou mais instável a cada mês que passaram separados.

Ele ficou em casa, distante de sua família que mora em outra cidade, apenas com seu amigo com quem divide o apartamento. Para Felipe, o isolamento foi um dos períodos mais difíceis de sua vida, pois teve de lidar com a morte de um parente e com alguns familiares que foram internados por contrair o vírus. Apesar de tudo, não esqueceu de Gabriela em nenhum segundo. Mesmo não conseguindo manter as ligações diárias e a troca de mensagens, um sempre estava conectado ao outro em pensamento.

O anoitecer tem cor de amor

Quando surgiu a notícia de estabilização do vírus e com ela a retomada do convívio social, a esperança de reencontrar o seu melhor amigo estava mais forte do que nunca. Gabriela estava ansiosa, e logo no primeiro dia de relaxamento da quarentena foi ao apartamento de Felipe.

O reencontro aconteceu. Havia muito o que falar, mas o abraço há tanto tempo contido era a prioridade dos dois. Tudo permanecia igual. Mesmo que não pudessem continuar de onde pararam, o sentimento ainda estava ali. A cumplicidade dos dois era inigualável, a sincronia, o encaixe, a verdade e a força daquela relação estavam intactos e provavelmente mais intensos do que nunca.

Todo o medo se foi, novos planos nasceram, e a esperança de seguir em frente os guiava. A vida nunca mais seria a mesma, mas tudo bem. O futuro agora parecia mais incerto, e passar por uma pandemia foi desafiador, porém o que mais importava para Gabriela e Felipe era aproveitar o momento presente.

Texto e foto: Isabela Queiroz (2º semestre – Jornalismo/UNI7)

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