OLHARES: O Parque do Cocó como lugar de lazer e entretenimento para as famílias

Quinto Andar
14 jan, 2022

Atividades recreativas em torno do Parque do Cocó desenvolvem ações que beneficiam as pessoas e o meio ambiente.

O incêndio que atingiu 46,2 hectares do Parque do Cocó começou por volta de 18h de quarta-feira, 17 de novembro de 2021. Os bombeiros conseguiram controlar o fogo no dia seguinte, na quinta-feira (18). As chamas consumiram cerca de 20 hectares do parque ecológico, o equivalente à 25 campos de futebol, em uma área compreendida entre as regiões dos bairros Tancredo Neves e do Lagamar.

Os bombeiros localizaram 12 focos de incêndio. Os primeiros ficaram próximos à Avenida Raul Barbosa, no Lagamar. Mais de 40 bombeiros militares atuaram na ocorrência. Além disso, um helicóptero da Ciopaer auxiliou no combate às chamas, lançando 64.310 mil litros de água através do Bambi Bucket – uma espécie de bolsa utilizada para captar água e arremessá-la sobre as chamas.

O meio ambiente sofreu um grande impacto com este incêndio, com a morte de vários animais que viviam no local. O fogo matou rãs, sapos, cobras e mussuns, uma espécie de peixe comum no parque. Uma forte fumaça tomou conta de vários bairros da capital cearense.

Gestor do Parque do Cocó há sete anos, Paulo Lira diz que foi a primeira vez que presenciou um incêndio com grande proporção. “Esse último incêndio foi o maior incêndio ocorrido no Parque do Cocó do que se tem notícia”, enfatiza.

PROJETO VIVA O PARQUE:

O Parque do Cocó funciona todos os dias da semana, recebendo visitantes locais e turistas. O Projeto “Viva o Parque”, criado em novembro de 2016, propicia à população a oportunidade de aproximar-se da natureza através de atividades de educação ambiental, práticas esportivas, lazer e recreação, realizadas em áreas de Unidades de Conservação Estaduais.

Após um período de fechamento, por conta das restrições impostas pela pandemia, o programa “Viva o Parque” retomou o funcionamento dia 18 de julho de 2021, e é uma excelente opção para curtir as férias com a família e amigos. O Viva o Parque, projeto idealizado pelo Governo do Ceará, é coordenado pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) e possui atividades como: circuito de arvorismo (exclusivamente no Cocó); parede de escalada; oficinas de plantas; distribuição de mudas; aula de Yoga; aula de Tai Chi Chuan; aula de biodança; aula de zumba; aula de dança de salão; aula de aeróbica; slackLine; recreação infantil (contação de história, brincadeiras tradicionais, circuito de Cross Kids) e cama elástica. As trilhas também estão abertas. O “Viva o Parque” funciona sempre aos domingos, de 8h às 12h.

O Parque Estadual do Cocó também conta com o Arvorismo, que é uma atividade física radical que consiste na travessia entre plataformas montadas no alto das árvores, ultrapassando diferentes tipos de obstáculos, como escadas, pontes suspensas, tirolesa, entre outras, utilizada no turismo, lazer e recreação.

Uma outra opção de contato com a natureza é o passeio de barco pelo Rio Cocó, que sai ao lado da entrada do Parque Estadual do Cocó da Avenida Sebastião de Abreu. Os passeios ocorrem aos sábados, domingos e feriados. Para embarcar, é preciso estar de máscara e utilizar o álcool gel presente na embarcação. Com a pandemia, apenas nove pessoas por vez fazem o passeio.

Além das atividades oferecidas pelo projeto, as famílias têm a oportunidade de curtir o domingo realizando piqueniques, aniversários, encontros de amigos, tudo isso em meio à natureza.

Em sua gestão, Paulo Lira desenvolve um trabalho de conscientização ambiental, fazendo com que os visitantes do Parque do Cocó entendam sobre a importância do Parque, pois para Lira, “o Parque do Cocó é a Amazônia Cearense, mas as pessoas ainda não se deram conta do valor que o parque tem”, enfatiza.

Na entrevista a seguir, concedida no Parque do Cocó, Paulo Lira fala sobre o incêndio que atingiu grande parte do Parque do Cocó e das atividades desenvolvidas pelo Projeto “Viva o Parque” e como é feito o trabalho de educação ambiental com os frequentadores do parque durante a semana.

C:\Users\2083127\Downloads\20211129_111951.jpg — Gestor do Parque do Cocó, Paulo Lira / Fonte: Denize Rodrigues

Denize: O Parque do Cocó é considerado o maior parque de área urbana da região Norte e Nordeste. No dia 17 de novembro o parque foi atingido por um grande incêndio que foi controlado no dia seguinte. Onde começou o incêndio e qual a região mais afetada?

Paulo Lira: Esse último incêndio foi o maior incêndio ocorrido no Parque do Cocó do que se tem notícia. Com uma área de mais ou menos 46 hectares, com um equivalente a mais ou menos 46 campos de futebol. Aquela área que fica no bairro Jardim da Oliveiras, no quadrilátero das Avenidas Raul Barbosa, Murilo Borges, Rogaciano Leite e Thompson Bulcão. Desses 46 hectares, 90% foi do capinzal às margens do Rio Cocó.

D: Com este incêndio houve um grande impacto na fauna e na flora, onde várias espécies de animais e plantas morreram carbonizadas. Quantas espécies de animais e de árvores foram atingidas pelo fogo?

P.L: Não foi um grande impacto na fauna e na Flora, eu diria que foi um grande incêndio, 46 hectares, mas o impacto foi baixo já que foram poucas as árvores atingidas quando se leva em consideração 46 hectares, tivemos 50, 60 árvores atingidas. Então, 90% do incêndio foi na área de capim que fica no entorno, no mangue do Rio Cocó. A fauna, tivemos também uma pequena baixa, alguns lagartos, jabuti, cágado. Então, foi um grande incêndio, em termos de hectares, mas não teve grandes impactos nem na fauna e nem na flora.

D: Em relação ao fechamento do Parque do Cocó na pandemia. Que experiências e lembranças marcaram você neste período?

Tanto no ano passado como este ano, o parque também como várias outras instituições foram atingidas pelos lockdowns que foram decretados pelo isolamento social. E o que a gente percebeu, é, como nós humanos, como a gente compromete o equilíbrio da natureza compromete o equilíbrio da natureza. Então, no período que o parque ficou fechado à visitação, nós vimos raposas, guaxinins, saguis, iguanas, répteis, esses mamíferos chegaram até mesmo a passear na área do anfiteatro, fora da floresta.

D: O Parque do Cocó é visitado diariamente por visitantes locais e turistas, sendo que, nos finais de semana o fluxo de pessoas é maior, em especial aos domingos com a realização do projeto “Viva o Parque”. Por que o Projeto Viva o Parque é somente realizado aos domingos?

P.L: O Projeto Viva o Parque foi concebido como um projeto de educação ambiental, fazendo com que atividades de lazer, de entretenimento, atividades físicas, esportivas, artísticas e culturais atraíssem como tem atraído as famílias alencarinas. Graças ao Viva o Parque que ocorre aos domingos de sete ao meio dia como opção de lazer para os Fortalezenses, para mostrar que Fortaleza não é só praia, que as pessoas podem ir ao parque que ela vai ter vários atrativos, além da contemplação da natureza com passeio de trilha, com passeio de barco, mas também atividade de dança, aeróbica, yoga, tai chi chuan, meditação, massoterapia, contação de histórias para criançada, etc. Portanto, o Parque do Cocó tem se consolidado cada vez mais como opção de lazer aos domingos para as famílias alencarinas.

“O Parque do Cocó é a Amazônia Cearense, mas as pessoas ainda não se deram conta do valor que o parque tem”, enfatiza.

E dando continuidade ao podcast, o nosso próximo entrevistado é o senhor Douglas, que é um frequentador assíduo do Parque do Cocó.

Denize: O Parque do Cocó é um lugar bastante frequentado pelos Fortalezenses e turistas. Douglas, em sua visita ao Parque do Cocó, qual é a atividade que você mais gosta de fazer?

Douglas: A atividade que eu gosto mais aqui é a caminhada, eu venho mais para a caminhada em sintonia com a natureza, e eu venho passear com o meu cachorro também que ele adora isso aqui, aí eu aproveito as duas coisas, faço a minha caminhada e brinco com ele.

PARQUE ESTADUAL DO COCÓ