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OLHARES: Janeiro Branco: saúde mental e a ligação com as redes sociais digitais

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Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), O Brasil é considerado o país mais ansioso do mundo e o 5º mais depressivo. Com o intuito de ajudar os problemas sobre saúde mental, Leonardo Abrahão criou a campanha Janeiro Branco.

Diagnosticada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o “mal do século 21”, a depressão atinge anualmente no Brasil 5,9% da população maior de 18 anos, o equivalente a 16,3 milhões de pessoas. Para além da depressão, o país também ocupa o primeiro lugar nos casos de ansiedade. Essas doenças levam o Brasil a se destacar no cenário internacional como o país que mais tem pessoas depressivas na América Latina.

Para tentar minimizar o impacto dos problemas relacionados a saúde mental, desde 2014 a campanha Janeiro Branco colabora para chamar a atenção das pessoas para o tema da saúde mental, aproveitando o início de todo ano para incentivar as pessoas a pensarem a respeito das suas vidas, começando pelo autocuidado e autoconhecimento.

A campanha promove palestras, oficinas, cursos, workshops, caminhadas, rodas de conversa e abordagem de pessoas em diversos lugares do mundo, utilizando áreas como ruas, praças, igrejas, empresas, residências, shoppings e hospitais. Em janeiro de 2022, ainda por conta da pandemia do Covid-19, a campanha prioriza encontros híbridos, online e presencial, em locais abertos.

O Início

Idealizada pelo psicólogo Leonardo Abrahão, a ação nasceu em Uberlândia, Triângulo Mineiro, no estado de Minas Gerais em 2014. Ao perceber a necessidade de um mês específico para falar sobre saúde mental e emocional com mais intensidade e o envolvimento de todos, o psicólogo escolheu o mês de janeiro como marco temporal estratégico para a reflexão, o debate e o planejamento de ações em prol da saúde mental e das realizações em suas vidas no decorrer do ano

Segundo o Psicólogo, o Projeto nasceu de uma maneira muito espontânea e tranquila, “Eu convidei meus amigos e amigas da psicologia, psicólogos e psicólogas para irmos as ruas, em espaços públicos e privados, aonde estivesse gente, a gente ia conversar sobre saúde mental, de uma forma didática e pedagógica, ampliando os entendimentos populares”, enfatizou.

Leonardo ainda destaca que o debate sobre saúde mental vai além de ser redes sociais, mas ressalta que a interação social pode sim ter seus danos. “Com certeza as redes sociais ajudam em todo o debate, ajudam a ampliar toda a discussão, mas as discussões sobre saúde mental já se faziam necessárias há muito tempo, a discussão, o debate, a importância de se falar sobre saúde mental se impôs não por causa das redes sociais, mas por causa dos prejuízos, dos efeitos colaterais negativos que a humanidade estava sentindo.”

Redes Sociais 

Há vários tipos de redes sociais, cada um com um objetivo diferente e públicos específicos. Os anos de 2020 e 2021, provocaram significativas mudanças nos hábitos digitais das pessoas em todo o mundo. Segundo estudo realizado pela Hootsuite em parceria com We Are Social com a pandemia de Covid-19, o consumo de informações nos mais variados formatos aumentou, os países que tiveram maior crescimento de novos usuários nos últimos 12 meses foram: China, Índia, Indonésia e Brasil. Os dados sugerem uma média de 900 mil novos usuários de redes sociais por dia ao redor do mundo, o que apresenta 10 novos usuários por segundo, um crescimento de 14% ao ano.

“O excesso de informações acaba desinformando àqueles que não sabem administra-las.”

Por que as pessoas estão sempre buscando novas formas de receber atenção e validação externa nas redes?

Há duas indústrias que chamam seus clientes de usuários: a das drogas e a do software. Deste gancho parte o filme O Dilema das Redes, lançado no catálogo Netflix em 2020, o documentário nos mostra em algumas partes que o ser humano é sensível às avaliações pessoais, e no ambiente das redes sociais a repercussão das coisas negativas e positivas tomam proporções muito maiores. O coletivo de maior risco costuma ser o de adolescentes, pela necessidade de busca da novidade e de se sentirem reconhecidos e parte dos grupos da própria idade. 

Um dos casos de cyberbullying resultou em uma fatalidade, em 03 de agosto 2021, um adolescente chamado Lucas Santos, 16, filho da cantora Walkirya Santos e de César Soanata, foi encontrado morto em Parnamirim na região metropolitana de Natal (RN) após ser alvo de comentários homofóbicos no Tiktok (aplicativo de mídia para criar e compartilhar vídeos curtos.) 

 Segundo Marcio Benevides, professor de Cibercultura, Legislação, Ética e Publicidade, essa é uma prática que vem desde o início da sociedade “A questão é que desde o início da sociedade compramos roupas, fazemos cabelos, ou mudamos o corpo para se adequar, então a gente sempre teve isso… por exemplo, no século XVII – XVIII na França usavam perucas, coisa bem barroca, aquilo era nobre, e detalhe: o povo era nobre sem tomar banho, aquelas perucas deviam ter um cheiro horrível, então o chique da época era usar peruca, ser sujo, usar um blush, tudo maquiado para se esconder, bem andrógeno inclusive.” 

O excesso de informações acaba desinformando àqueles que não sabem administra-las. No livro Simulacro e Simulações de Jean Baudrillard é nos dito isso, que a realidade deixou de existir, e passamos a viver apenas uma representação da realidade, difundida, na sociedade pós-moderna, pela mídia. Mesmo 40 anos após Baudrillard ter escrito e compartilhado suas ideias, elas ainda permanecem atuais, ao que se aplicam com maestria no âmbito das mídias sociais.

Hoje a campanha Janeiro Branco é a maior campanha brasileira do mundo sobre saúde mental, acontece praticamente em todo território nacional e inclusive o Brasil exportou a campanha Janeiro Branco que já acontece no exterior também.

Acervo pessoal


Acervo pessoal

Serviços de ajuda:

UNI-7 Atendimento Psicológico Gratuito 

Modalidade:  Presencial e Online 

Contato: 4006-7614 / 4006-7615

Local: CAMPUS SUL Av. Alm. Maximiano da Fonseca, 1395 Eng. Luciano Cavalcante –  Fortaleza

(Atendimento com valor social ou gratuito) 

Instituto Caroline Vieira- Serviço de Saúde Mental

Modalidade: Presencial ou online

Contato: (85) 98187-3966

Local: Av. Washington Soares, 855, sala 894- Fortaleza

Instituto Sherpa- Serviço de Saúde Mental

Contato: (85) 98181-9791

Local: Av. Washington Soares, 909- Fortaleza

Instituto Bia Dote

Modalidade: Presencial ou online 

Contato: (85) 3264-2992/ 99842-0403

Local: Av. Barão de Studart, 2360, sala 1106- Aldeota

Texto: Brena Farias e Leonardo Neres

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