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#NOVOSEIXOS: As potencialidades do uso da Deep Web no meio jornalístico

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Uni7 Informa

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Especialistas da comunicação e tecnologia falam do uso benéfico da rede oculta e vão além do conceito estigmatizado sobre a web oculta

Desde que o termo “deep web” se tornou conhecido mundialmente, o internauta comum ainda associa seu uso à procura de conteúdo ilícito na internet, como pedofilia e venda de drogas e armas. Para Lucas Nobre, profissional em Sistemas de Informação, e para a professora Eulália Camurça, do curso de jornalismo da FA7 a “internet profunda” também fornece possibilidades relevantes de conhecimento e busca na área da comunicação. Esse foi o tema do talk “Ética no Jornalismo: O uso da Deep Web para a obtenção de informações”, que aconteceu na última terça-feira, 4, no estúdio de TV.

A palestra teve início com Lucas Nobre fazendo uma abordagem técnica do assunto, explicando o começo desta rede até os métodos de navegação, como o uso do navegador Tor. Deixando claro que “na deep web você se torna anônimo, mas não invisível”, Lucas explica que para ter seu anonimato assegurado é preciso conhecer os métodos de criptografia, uma técnica de codificação da informação que é fundamental no acesso em um lugar frequentado também por crackers (hackers invasores de sistemas informáticos de segurança).

Alunos e professores participaram da rodada de perguntas no talk “Ética no Jornalismo: O uso da Deep Web para a obtenção de informações”. (Fotos: Gabriel Caúla)

Alunos e professores participaram da rodada de perguntas no talk “Ética no Jornalismo: O uso da Deep Web para a obtenção de informações”. (Fotos: Gabriel Caúla)

Ao responder uma pergunta da professora Eulália sobre a garantia do anonimato, o profissional explicou como funciona a troca de informações: “A rede deep web é totalmente criptografada. Para eu mandar uma mensagem para você, ela sai totalmente criptografada, passa para outra máquina, que está em qualquer lugar do mundo, e depois chega ao seu computador”. Isso permite que o usuário não tenha seu IP (Internet Protocol, o endereço do computador) revelado.

Para exemplificar o uso dessa nova rede no meio jornalístico, Eulália Camurça (que também é editora de telejornalismo da TV Verdes Mares) usou dois casos de repercussão mundial: a divulgação em massa de documentos secretos do governo americano pelo site WikiLeaks (fundado pelo australiano Julian Assange) e o Caso Snowden, onde o analista de sistemas Edward Snowden repassou informações sigilosas do programa de vigilância global da Agência de Segurança Nacional norte americana (NSA) para os jornalistas Glenn Greenwald e Laura Poitras. Nos dois casos, a deep web serviu como meio para a troca dessas informações, longe do monitoramento que há na web convencional.

A professora explicou como essa ferramenta se aplica ao contexto jornalístico: “Estamos trazendo a questão da segurança e da deontologia. – que é a ética aplicada à profissão, como a gente deve se portar diante da deep web, os cuidados com o contraditório, da investigação e não simplesmente usar os dados acessíveis e publicar. Tem que ter todo aquele cuidado que a própria ética determina de todos nós”. Ela também recomenda o acompanhamento de um profissional de informática para o acesso, caso não tenha o conhecimento prévio de como navegar.

Alunos e professores participaram da rodada de perguntas após o final das apresentações. Tiago Lima, aluno do 6º semestre de Audiovisual da Unifor, se mostrou surpreso com as possibilidades apresentadas na palestra: “O meu interesse na palestra é a ânsia de descobrir como podemos ter acesso além do que a gente já sabe nesse âmbito da internet. É um campo vasto e nós, como leigos, com o conhecimento da galera da Tecnologia da Informação sabemos no que podemos ser mais capazes dentro desse mundo”.

Jonathan Silva
2º semestre

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