Notícias

HOSPEDAGEM FLEXÍVEL: Relação com a rede hoteleira cearense

Categoria:

Uni7 Informa

0

Uma modalidade de movimentar o turismo formada a partir da união entre  comodidade, facilidade e tecnologia.

Foto: Arquivo pessoal Bianca Raynara

“Hospedagem flexível” é uma prática baseada na contratação de um imóvel residencial em um determinado período do ano. Essa modalidade de acomodação vem ganhando  popularidade entre aqueles que costumam conhecer novos destinos, principalmente pelos fatores  da economia e praticidade,  já que a divulgação desses serviços é realizada quase sempre por meio da internet, nos sites e aplicativos.

Em Fortaleza, essa prática de hospedagem convive com a rede hoteleira convencional. Em fevereiro de 2022, segundo dados divulgados pela Secretaria Municipal de Turismo (SETFOR), 75% da capacidade máxima dos hotéis no Ceará estavam ocupadas. Situação que contribuiu para alta procura de hospedarias alternativas, que contam com o auxílio de aplicativos digitais.

De acordo com booking, uma das plataformas digitais que divulgam o aluguel temporário de residências de moradores da região, o número de acomodações que abrangem essa modalidade é de 2.753 mil em todo o estado, enquanto os registros vinculado aos meios de hospedagem convencional atinge a quantidade de 1600 mil unidades, totalizando uma média de 120 mil leitos, no Estado do Ceará, de acordo com dados da Coordenadoria de Desenvolvimento dos Destinos e Produtos Turísticos do Ceará.

Foto: Arquivo do site Catu Lake Residense

Com a proximidade do período de julho, marcado pelas férias, o fluxo de turistas no Ceará se intensifica, fator promissor para a retomada do setor de turismo. Para comentar sobre a realidade do aluguel por temporada, o empresário atuante na área de hospedagem flexível,  Felipe Sousa, comenta sobre essa nova prática de hospedagem.

Bianca Raynara: Quando e como você começou a praticar esse tipo de hospedagem?

Felipe Sousa: Eu comecei a alugar os meus dois imóveis, um em 2016 e o outro em 2017. Primeiro eu anunciei pelo Airbnb, como aluguel por temporada, e depois vieram outros sites e dentre eles OLX.

BR:Como funciona o seu processo de aluguel? Possui um tempo específico para ficar na locação?

FS: De acordo com o que delimita a lei do inquilinato n° 8.245/91, o tempo máximo para o aluguel são de 90 dias por temporada. O período mínimo varia de locador para locador, no meu caso, o meu período mínimo de locação são de duas noites.

BR:Você sente que há um perigo em relação a essa modalidade de trabalho? 

FS: Eu creio que em todos trabalhos têm riscos, mas cabe a quem está à frente de qualquer negócio minimizar os danos que eles possam causar. No meu caso, sempre alugo os meus imóveis e tenho o cuidado de fazer um contrato em cima da lei que eu citei anteriormente, a qual rege o aluguel por temporada No contrato tem os direitos e deveres do hóspede, tanto dos hóspedes,  quanto do locador e do locatário. Fora isso, eu tenho os meus apartamentos assegurados, ambos possuem seguros, porque alguns sites tipo Airbnb  oferecem seguros, só que eles não cobrem tudo, então é interessante a pessoa que pretende alugar imóveis também faça um seguro das suas propriedades para evitar alguma surpresa desagradável. 

BR: Na sua opinião, quais são os pontos essenciais para começar a com esse tipo de hospedagem? 

FS: Primeiro, ter no mínimo um imóvel para alugar. Segundo, se inteirar da lei que rege esse negócio. Terceiro, procurar uma plataforma, um site de aluguel confiável para não ter problemas. Quarto, buscar o máximo de informações sobre o empreendimento. E quinto, procurar trabalhar com seriedade e profissionalismo.

BR: De acordo com a sua perspectiva, quais são as principais vantagens e desvantagens da “hospedagem flexível”?

FS: A hospedagem de  curta temporada, ou seja, com relação a longa temporada, por conta da maior rotatividade, e dos riscos de danos ao imóvel por terceiros são minimizados. A desvantagem seria a queda da procura no período de baixa estação, porque a pessoa que aluga o imóvel por uma longa temporada, ela sabe que vai ter aquele valor, que vai receber por mês, tanto faz na alta ou na baixa, vai ser aquele valor. Então há prós e contras, a pessoa tem que analisar bem qual seria o tipo de aluguel que melhor se encaixe nas necessidades dela.

BR: A Partir da sua experiência na área, acredita que exista uma maior demanda de reservas para esse tipo de estalagens comparada aos hotéis tradicionais? Como funciona essa procura?

FS: Existem vários tipos de demandas. Há turistas que não abrem mão de um serviço de um bom hotel, porque essas pessoas não pretendem se preocupar em ir para a cozinha para fazer as suas próprias refeições. Entretanto, tem o turista de negócios, que dependendo do tempo que vai passar no lugar, ele pode optar por um hotel, ou um aluguel por temporada. Também tem turista que quer mais privacidade, assim prefere uma casa ou um apartamento por temporada e não se importa de ir para a cozinha fazer as suas próprias refeições, pois isso é uma maneira de minimizar custos, porque quando a pessoa viaja, além da preocupação com o hotel, o visitante teria que deixar um dinheiro de lado, para o almoço em restaurantes. Então, as pessoas que optam pelo aluguel por temporada, também focam muito nisso, querem ter a comodidade de estar numa casa, num apartamento só pra ela e seus familiares,  já que no hotel você não tem essa possibilidade de ter a privacidade. Outra vantagem para o aluguel por temporada é porque os custos do apartamento são divididos, diferentemente do hotel que aluga por pessoa, no aluguel por temporada o que se aluga é o imóvel todo, se a capacidade do imovel for pra oito pessoas, as oito pessoas vão para lá e somente o custo do aluguel do imóvel é cobrado.

Foto: Arquivo pessoal Bianca Raynara

BR: Com a aproximação das férias do mês de julho, qual a sua perspectiva para esse período?

FS: Os meses de alta estação são os mais esperados porque tem o aumento do turismo e muitas vezes até os hotéis não dão conta do aumento de turistas nesse período. Nesse período de alta estação, a recuperação do turismo em virtude da pandemia, e por causa do controle já foi liberado as viagens, os restaurantes, os hotéis e a gente tá na expectativa nesta alta estação de ter uma melhora considerável nas viagens. Por outro lado, o aumento do dólar afugenta os turistas internos e influencia o turismo externo. Esse é um grande problema no momento em virtude da pandemia,houve um custo muito alto, principalmente no Brasil, houve um pequeno aumento da inflação.

BR: Qual o tipo de público que frequenta o seu empreendimento? A maioria dos turistas que você recebe são do Brasil ou de outros países ?

FS: A maioria dos turistas que eu recebo são brasileiros, em torno de 70% do Ceará ou das redondezas, 25% são oriundos de outros estados do Brasil. E ainda muito pouco aqui no Nordeste, a vinda de turistas estrangeiros, no meu caso acredito ficar em torno de 5% o recebimento desses turistas.

BR: Com os avanços tecnológicos, a prática da hospedagem flexível tem recebido o apoio dos sites e recursos digitais. Você trabalha em parceria com algum aplicativo virtual?

FS: Certamente a tecnologia tem sido uma grande aliada, e hoje tem muitos sites que prestam bons serviços para quem trabalha no aluguel por temporada. Eu faço uso de alguns deles  como eu citei anteriormente, o Olx e o Airbnb, que são um dos mais conhecidos e seguros para quem pretende alugar um imóvel e fazer uma viagem.

BR: Após o período de isolamento social para a prevenção da Pandemia de COVID-19, o ano de 2022 marca a retomada dos setores culturais e turísticos. Em relação ao seu negócio, como está funcionando o fluxo de visitantes e contratantes?

FS: Aos poucos a engrenagem da economia está voltando a girar. No turismo o impacto foi mais contundente, porque há uma dependência muito próxima entre os setores das agências de turismo à cadeia hoteleira, passando pelas empresas aéreas, restaurantes e atingindo também o aluguel por temporada, a recuperação para o nosso setor ainda está muito lenta, mas há esperança em melhoras.

A  Secretaria de Turismo do Estado do Ceará (SETUR) tem como responsabilidade monitorar o nível de satisfação e insatisfação dos turistas a partir de um cadastro em uma plataforma do Ministério do Turismo gerenciada pela Secretaria de Turismo do Estado do Ceará. 

Texto: Bianca Raynara Araujo de Souza Lourenço(Jornalismo / UNI7)

Tags: , , ,

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

dezessete + 19 =

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.