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ESPORTES: De um projeto da periferia para a seleção brasileira de karatê

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Thiago Nogueira, que começou a treinar aos 13 anos, conta de que forma as artes marciais o transformaram e como está conseguindo alcançar suas metas por meio da luta

Conquistar uma vaga para a seleção brasileira é o sonho de muitos atletas. Foi o que aconteceu com Thiago Nogueira, 18, jovem da periferia de Fortaleza, que conquistou primeiro lugar no Campeonato Brasileiro de Karatê-Do. O campeonato ocorreu no período de 5 a 7 de setembro de 2019, em Cuiabá. A medalha de ouro na competição, veio após cinco anos de treino e dedicação. O jovem que, desde cedo, já demonstrava interesse por esportes, começou ainda criança como jogador de futsal, mas, logo percebeu que seu lugar era no tatame.

O atleta garante que o karatê se tornou muito mais do que apenas parte da rotina. “Ele [o karatê] se tornou a minha vida”. O esporte, que tem como um dos lemas “respeito acima de tudo” fez com que o jovem logo cedo percebesse que precisava ser diferente dos outros para conquistar seus objetivos. “As pessoas têm que olhar para mim e saber que tenho princípios, que vou levar para a vida, como o respeito,” ressalta Thiago, que disse, ainda, que o esporte o ajudou a superar medos a sentir-se mais seguro na realização de atividades como falar em público e se relacionar melhor com as outras pessoas.

Thiago Nogueira exibe a medalha de campeão brasileiro

Thiago treina dois dias na semana, segunda e quarta-feira, de 13 às17 horas com pausa de uma hora para descanso, e retorna para dar continuidade aos exercícios das 18 às 20 horas. Apesar de treinar durante tanto tempo, o atleta afirma que precisa de dedicação em casa também. “Vou varrendo a casa, parando e fazendo os movimentos do kata”.

Leidiane Andrade, uma das treinadoras do carateca, fala com orgulho sobre o jovem destaque. “O Thiago é um atleta excepcional”. A professora, que trabalha em projetos sociais que levam o esporte à comunidade, acredita que o karatê tradicional é muito mais do que um esporte de contato, um passatempo, ou uma forma de se manter saudável.

“O karatê é um formador de cidadãos de bem” – Leidiane Andrade

Ele também auxilia na formação social das crianças e é um agente de combate à violência. “O karatê vai na contramão do que vem acontecendo na sociedade e isso é muito bom para os jovens”, comenta a treinadora. A professora disse também que quem treina o Karatê tradicional está muito mais preocupado em se tornar um bom cidadão, do que em apenas aprender a dar socos e chutes. Isto faz com que os atletas não enxerguem o karatê como luta, mas como arte e um estilo de vida.

Leidiane Andrade vestida para dar aula no Mondumbim

O karatê tradicional, modalidade em que Thiago treina, não é esporte olímpico. Sendo assim, as pretensões do atleta, que, tão jovem já conquistou uma vaga na seleção brasileira, não são viver do esporte e, sim, ser como os seus professores. “Tenho isso como realização de um sonho. Ir treinar na seleção brasileira onde os meus professores foram e representar o Brasil. Isso é motivo de orgulho pra mim”.

SERVIÇO:

Instagram da Confederação Brasileira de karatê (CBK): @cbkarate

Instagram dedicado a postagem da rotina de treinos do Thiago:@irmaoskaratecasoficial

Texto e fotos: Natali Brandão (4º semestre – Jornalismo/UNI7)

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