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ESPORTES: Ana Flávia Gomes discute o jornalismo especializado

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Editora-adjunta do caderno esportivo do jornal O Povo conversa com estudantes da FA7 sobre essa especialidade do jornalismo

Editora-adjunta de Esportes, Ana Flávia ressalta presença da mulher no campo e na arquibancada

Editora-adjunta de Esportes, Ana Flávia ressalta presença da mulher no campo e na arquibancada

Profissionalismo, empatia e sinceridade: essas são as palavras que melhor definem Ana Flávia Gomes, editora-adjunta de esportes do Jornal O Povo. Formada em jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC), afirma que sempre adorou esportes.

Participando das coberturas das duas últimas copas do mundo, a editora afirma que a experiência coletiva vivida dentro da Redação é enriquecedora. Além disso, a cobertura jornalística ocorrida na final do Campeonato Cearense, na Arena Castelão, em 2015, trouxe maturidade tanto para a editora quanto para o jornal.

Entre tantas histórias ouvidas e sentidas, Ana Flávia conversou com estudantes de jornalismo da Faculdade 7 de Setembro (FA7) e contou suas experiências enquanto repórter, editora e mulher, no jornalismo esportivo. Confira:

Quinto Andar – Como você avalia a participação feminina no jornalismo esportivo?
Ana Flávia – É crescente o interesse das meninas. Apesar de ainda ter muito machismo, hoje o cenário é mais aberto. O fato de o Brasil ter recebido uma Copa do Mundo, Copa das Confederações e Olimpíadas favoreceu muito esse olhar ampliado, até mesmo em outras modalidades esportivas, mostrando outro espectro do jornalismo esportivo para as mulheres. No meu tempo de estudante, por exemplo, não existiam disciplinas específicas para esportes e era estranho falar isso para os colegas. Até mesmo os homens se interessavam pouco.

QA – Você já sofreu algum tipo de preconceito enquanto editora e também como repórter?
AF – Não aqui no jornal. A editoria já possuía mulheres em seu corpo de profissionais. O exercício da profissão, porém, é machista. No período em que trabalhei como repórter de TV, escutei os maiores absurdos, xingamentos e até mesmo ameaças vindo das arquibancadas ao final dos jogos. Isso desconcentra e gera insegurança. Felizmente, a presença feminina nos estádios tem melhorado nos últimos anos: a mulher hoje está presente tanto no campo quanto nas arquibancadas.

QA – No Ceará, vemos o aumento de esportes que, em grande maioria, não são abordados pela mídia local, como por exemplo, o futebol americano e o basquete. Como você avalia a cobertura esportiva do jornal O Povo?
AF – Na formatação de uma linha editorial, há uma pesquisa de audiência, e ela precisa dar um retorno. Portanto, a prioridade é o futebol na seguinte escala: local, nacional e internacional. Isso acaba cobrindo a atenção que os outros esportes também merecem. É como se fosse a parte fixa do cardápio. Depois você imagina a parte regionalizada do cardápio, que é aqueles esportes que chamam a atenção, tem público, praticantes e relevância naquela região. É aqui nessa parte em que pensamos fora da caixa. É o espaço para trazer histórias curiosas, onde podemos casar esporte com outras editorias, além de exibir e explicar esportes pouco praticados.

QA – Vemos hoje na mídia local um monotematismo envolvendo Fortaleza x Ceará. Como você avalia isso além do retorno do público, como você já comentou anteriormente?
AF – É uma via de mão dupla o que fazemos e o que o leitor espera. Não faz sentido ignorarmos o fato de ser isso o que alimenta o púbico local. No dia em que não dermos determinada notícia, vai chover de ligações aqui na editoria dizendo que não estamos fazendo o nosso trabalho. O que devemos fazer é procurar novos enfoques, para não ficarmos repetitivos. Temos que levar as notícias para os leitores com abordagens diferentes, atraentes, bem trabalhadas jornalisticamente. Devemos que administrar o espaço que temos para lidar com demandas.

Natasha Lima
6º Semestre

Paloma Magalhães
6º Semestre

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