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COMBUSTÍVEL: Preços altos assustam usuários e motoristas de aplicativos

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Motoristas de aplicativos sofrem com o aumento constante do combustível e preços baixos de corrida.

O ano de 2021 segue marcado por desafios. Além da Pandemia que continua a assustar a população mundial, alguns países sofrem com a alta inflação e com o desemprego. No Brasil, a previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, subiu de 9,17 para 9,33% este ano, e a previsão para o crescimento da economia caiu para 4,93%, segundo o Boletim Focus, pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central.

Puxada pelo aumento de preços de energia elétrica e combustíveis, a inflação vem assustando quem depende da gasolina e do álcool para viver, já que a cada dia se paga mais caro pelo litro dos combustíveis. Dados divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), mostram que o preço médio da gasolina subiu cerca de 3,1% na última semana de outubro, elevando o valor do produto para R$ 6,56.

As sucessivas altas no preço dos produtos impactam diretamente nos motoristas de aplicativos. Segundo alguns motoristas, a demanda de passageiros diminuiu em função da pandemia e os combustíveis utilizados nos meios de transportes aumentaram.

NO CEARÁ

Em alguns estados brasileiros o preço por litro da gasolina ultrapassou a marca de R$7,00. O Ceará entrou nessa lista (R$7,190) se tornando o segundo estado da região Nordeste com preço de gasolina mais elevado, perdendo apenas para o Piauí ( R$7,159). No contexto nacional, o Ceará aparece como quinto estado do Brasil com o preço mais alto.

O preço médio do combustível no Estado subiu de R$6,80 para R$6,90 segundo o último levantamento feito. As cidades de Fortaleza e Crateús têm o preço mais caro do Ceará, chegando a marca de R$7,20, dados referentes ao período de 31 de Outubro a 6 de Novembro.

MOTORISTAS DE APLICATIVO

O surgimento do serviço por aplicativo facilitou a vida de muitas pessoas, os passageiros acabaram encontrando uma via alternativa para fugir dos preços altos oferecidos pelos taxistas convencionais, e por sua vez, muitos profissionais desempregados, viram nessa opção, uma oportunidade de ganhar seu sustento.

Mas o que antes era visto como opção sustentável, acabou ruindo. Dados divulgados pelo G1, apontam que 25% dos motoristas de aplicativos de São Paulo, deixaram de trabalhar para a plataforma desde o início de 2020.

A classe dos motoristas de transportes privados vem sofrendo uma queda por conta do constante aumento nos preços do combustível e o preço baixo das corridas, fazendo com que alguns trajetos se tornem inviáveis pelo custo / benefício. O motorista de aplicativo, Daniel de Sousa Pinheiro, 33, relata que “Os aplicativos deram um reajuste depois de anos que foi quase insignificante, um valor muito irrisório em cima da inflação que estamos vivendo hoje, tá muito difícil, depois de anos eles deram um reajuste, mas muito pouco, não coincide com a situação do momento”.

Para compensar os preços baixos os motoristas acabam aumentando sua carga horária “Para obter algum lucro hoje a gente tem que trabalhar em torno de dez horas por dia, para ter um lucro significativo, que possa cumprir com todas as despesas da gente, é muita despesa para manter um carro desse rodando no aplicativo, as corridas estão muito baratas, o mais agravante disso tudo são as corridas na região metropolitana, quando você sai de Fortaleza e vai pra Caucaia, Maracanaú, outras regiões, a tarifa é reduzida e isso impacta muito nos ganhos da gente, gasta mais combustível e roda mais para tentar voltar para Fortaleza e pegar corrida com a tarifa normal” diz Daniel.

O motorista também conta um pouco sobre as estratégias tomadas para obter algum lucro diante da situação “A estratégia que eu e muitos outros amigos meus achamos para driblar isso foi de escolher corrida, onde você só vai pra corrida que vale a pena ir, não vale a pena você rodar 1 km por R$1,00, pegar engarrafamento, a matemática no final não soma”.

Segundo a Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA), o número de veículos alugados em 2020 chegou a 200 mil, em 2021 esse número caiu para 170 mil, cerca de 30 mil veículos foram devolvidos às locadoras de Junho até agora.

Imagem: Brena Farias

A estatística dos motoristas também caiu de 1,3 milhão para 1,1 milhão em todo o país. O condutor Diogo Angelo, 35, conta que nãosó pensou, como vai deixar de depender desse serviço. Para isso, Diogo está fazendo inclusão para a CNH D e pretende deixar os aplicativos para o fim de semana onde obtém ganhos mais satisfatórios. Segundo o motorista, “ O desgaste mental prejudica a saúde aos poucos, irritação, ansiedade, crise familiar decorrente do período fora de casa”.

Toda essa situação acaba atrapalhando também a vida de passageiros que utilizam dos serviços dos aplicativos. A espera por motoristas e a alta taxa de cancelamento estão entre as maiores reclamações entre os consumidores. Anna Lorena, 20, usuária dos aplicativos diz que “Já me atrapalhou bastante, principalmente pela espera absurda. Tenho sempre que pedir bem antes do horário que eu solicitaria a corrida antes”. Paulo Mateus, 22, passageiro do transporte privado, fala um pouco sobre suas experiências recentes: “Quando é alguma corrida com a distância mais curta e o valor relativamente baixo, fica mais difícil ainda de alguém aceitar a viagem”.

Os dois clientes comentam um pouco sobre o que na visão deles seria necessário ser feito, Paulo diz que “As empresas poderiam diminuir as taxas cobradas aos motoristas. Alguns motoristas já comentaram comigo que a taxa elevada, somada com o aumento da gasolina fica inviável para eles”. Lorena completa: “Creio que a garantia de direitos e um amparo na questão trabalhista para esses profissionais seria o mais adequado. A marginalização da profissão tende a sucatear cada vez mais o serviço”.

Há cerca de dois dias, a Petrobrás anunciou um novo aumento nos valores do combustível. Com o aumento de 2,6%, o valor da gasolina pode se aproximar até o final de novembro dos R$ 8.

Texto: Hugo Eduardo Sousa (2° semestre / Jornalismo)

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