ARTE: Festival circense do Ceará reúne artistas de rua e arte popular
Entre mágicos e palhaços, na 6° edição do evento, o circo perde a lona e ganha as praças, enquanto o palco aberto trabalha a interatividade entre público e espetáculo
Com apresentações repletas de magia e humor, a arte circense ganha espaço no Festival Internacional de Circo do Ceará. Malabaristas, bailarinos e contorcionistas são apenas algumas das 40 atrações, nacionais e internacionais, que compõem uma programação de 80 espetáculos nesta 6° edição, com início nesta quarta-feira, 13, e se estendendo até o dia 23 do deste mês. O Festival de Circo viaja por todo Ceará. Além de apresentações, o evento conta também com seminários, encontros, oficinas e até lançamento de livros. Confira a Programação Completa
Dentre as atrações está o grupo “Coletivo Os Desconhecidos”, populares pelas apresentações de Palco Aberto todas as primeiras terças-feiras do mês, na praça da Gentilândia. Os palhaços Pitchula e Sudaka, interpretados por Henrique Rosa e Rafael Flores, respectivamente, explicaram a história da trupe.

Henrique e Rafael que já faziam parte de outros coletivos, se tornaram amigos por meio das convenções e festivais que participavam. Ao começar a treinar juntos, os artistas pensaram em unir no Coletivo Os Desconhecidos, a arte dos malabares com o palhaço de rua. O Palco Aberto, principal forma de apresentação da trupe, consiste em uma roda feita em volta dos circenses, onde a plateia senta no chão e acompanha o espetáculo, do qual os artistas interagem constantemente com o público.
ARTE DE RUA
A dupla dialogou também sobre o preconceito que sofrem por escolher fazer o seu trabalho na rua. Leia mais sobre a Valorização da Arte de rua. Rafael afirma que as pessoas tendem a ver com maus olhos, tudo o que acontece na rua, inclusive a arte. “Não é bagunça, não é o que sobrou, é uma escolha que vivemos dela e nos responsabilizamos por ela […]. Todas as artes nasceram na rua. Agora é que a música foi para o conserto, que o teatro ganhou estrutura, que o circo virou lona”, diz Rafael.
Henrique destaca que é constantemente convidado a fazer apresentações em teatros ou empresas, mas o que lhe satisfaz de verdade é a arte de rua. Já Rafael comenta ainda quanto a falta de credibilidade que as pessoas associam aos artistas populares por não terem uma graduação “Isso não desmerece nosso profissionalismo, nossa prática é muito maior”, afirma.
A dupla também ressaltou o ato de “Passar o chapéu”. E explicam que o dinheiro que se põe no chapéu, ao contrário do que muitos pensam, não é esmola. É o salário do artista, e também o que garante o figurino e os aparelhos de som, por exemplo.

Natália Andrade, 22 anos, que assistia a apresentação do Coletivo, e foi escolhida para participar de um número, disse que “ Hoje participei do número que mais tenho medo. Foi uma experiência muito incrível, que só me estimulou a passar o nome do grupo à frente”.
A dupla, Sudaka e Pitchula,se apresenta com o espetáculo “Circo Larizando” no Festival Internacional de Circo do Ceará, dia 19 de novembro, às 17 horas na Praça da Matriz no município de Paracuru.
Serviço:
Instagram dos artistas: @coletivo_ceara
Site do Festival: https://www.festivaldecircoceara.com/
Texto: Keyss Morais (2° Semestre – Jornalismo/UNI7)
Fotos: Divulgação/Instagram