SAÚDE: Campanha Azul-Marinho e Lilás
A importância da prevenção e tratamento precoce para a cura de doenças tão presentes na sociedade.
Ao longo dos meses, durante todo o ano, é possível ter conhecimento e informações sobre campanhas que são desenvolvidas no intuito de informar sobre doenças, alertas relacionados à saúde, mobilizações sociais, entre outros. Essas campanhas são abordadas por cores, como é o caso do Azul Marinho e Lilás, que são as cores das campanhas do mês de março.
AZUL-MARINHO
O mês de março é dedicado à prevenção e combate ao câncer colorretal, um tipo de câncer que origina-se no intestino grosso, também chamado de cólon, e no reto, região final do trato digestivo anterior ao ânus . Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) há o surgimento de 40.990 novos casos por ano de câncer colorretal, para o triênio 2020/2022, sendo 20.520 em homens e 20.470 em mulheres. Os números correspondem a um risco estimado de 19,64 casos novos a cada 100 mil homens e 19,03 a cada 100 mil mulheres, sendo mais frequente em pessoas acima dos 50 anos, contudo, ela também pode afetar pessoas abaixo mais jovens.
LILÁS
Março é um mês bastante conhecido por trazer a pauta da mulher como foco das celebrações, principalmente pelo Dia Internacional da Mulher. A campanha Março Lilás acontece neste mês, com ênfase na conscientização e na prevenção do câncer do colo do útero, com o objetivo de informar e incentivar a população feminina para os cuidados de prevenção contra esse tipo de câncer, além de buscar alertar a sociedade para sinais e sintomas e a necessidade de um acompanhamento médico, como maneira de prevenir, tendo em vista que a prevenção é a melhor forma de combate à doença.
Visando trazer atenção da conscientização a respeito do câncer colorretal, a Nossa Casa – Associação de Apoio à Pessoas com Câncer irá focar na apresentação da campanha “Março em Cores”, abordando informações, dados, conteúdos, tira-dúvidas entre outros. Segundo Daniele Castelo Branco Pires, gestora da Associação Nossa Casa, “É o segundo tipo de câncer com mais incidência, por isso não podemos deixar passar em branco, por isso chamamos a campanha de Março em Cores, por sua grande incidência tanto no público masculino, como no feminino.” Ela destaca que “Os pacientes quando são diagnosticados com o câncer de colorretal, geralmente já são diagnosticados no estágio mais avançado da doença, exatamente pelo desconhecimento dos sinais e sintomas. Por isso, campanhas como essa são tão importantes.”
Ao analisar os fatores de riscos para esse tipo de câncer Daniele Castelo ressalta “ter mais de 50 anos é um fator de risco, fazer o uso de cigarros e álcool, obesidade e sedentarismo também é um fator de risco, ter casos deste tipo de doença na família acaba também se tornando um risco, o alto consumo de carnes vermelhas e recorrência de inflamações intestinais.” Para ela “essa é uma doença bastante ligada aos hábitos de vida, pessoas que tem hábitos saudáveis e praticam atividades físicas tem menos chances de desenvolver a doença. Por isso, é muito importante estar em alerta com os sinais, sintomas e prevenção.”
Por fim, Daniele afirma “A importância dessas campanhas é exatamente levar a conscientização para a população em geral da prevenção e dos fatores de risco para que possam procurar o especialista e fazer seus exames regularmente, por isso a Associação Nossa Casa traz essa campanha como foco do mês de Março”.
Prevenção é a palavra-chave para o desenvolvimento da campanha de conscientização do câncer colorretal e cólon uterino, tendo em vista que, mediante o diagnóstico precoce, existe uma grande possibilidade do paciente ser curado. Segundo a médica especialista em clínica médica e coordenadora do Nest Saúde, Bruna Custódio, é importante que as informações acerca das duas neoplasias sejam reforçadas durante a campanha. “A tendência da população é aumentar, em termos de incidência, o câncer”, justifica.
SINTOMAS
Câncer colorretal
Anemia
Dor abdominal
Sangramentos
Perda de peso
Obstrução intestinal
Alternância do hábito intestinal, entre diarreia e constipação
Tenesmo (dificuldade em evacuar, na qual o paciente, mesmo já tendo evacuado, tem a sensação de que ainda precisa evacuar mais).
“Dependendo de metástases ou locais onde a metástase vá se instalar podem gerar sintomas também, o local mais comum é o fígado”, reforça Bruna.
Câncer de cólon de útero
Sentir desconforto físico e cheiro de fezes durante as relações íntimas podem ser considerados sintomas de câncer de cólon uterino. “Iniciam-se (os sintomas) geralmente com uma dor, que é a dispareunia, uma dor no ato sexual, pode ter corrimento, com secreção e odor mais fétido e sangramento durante o ato sexual, mas a característica marcante é o odor e sangramento”, alerta a médica Bruna Custódio.
PREVENÇÃO
Câncer colorretal
Mudar o estilo de vida pode ser um fator decisivo na prevenção das duas neoplasias, a especialista em clínica médica lista alguns hábitos que devem ser repensados, por exemplo:
Reduzir álcool
Cessar tabagismo
Reduzir a ingestão de carne vermelha
Aumentar a ingestão de fibras e líquidos
Quanto aos fatores genéticos, se houver algum familiar diagnosticado com câncer colorretal, é importante que haja um rastreio com os outros membros da família. A exemplo, o parente de primeiro grau do paciente deve se submeter a uma colonoscopia 10 anos antes da idade em que o caso da família foi diagnosticado. Lembrando que toda e qualquer pessoa acima de 50 anos deve realizar o exame como medida de prevenção precoce.
Câncer de cólon de útero
A vacina contra o Papiloma Vírus Humano (HPV) é uma das medidas usadas na prevenção do câncer de cólon uterino, e pode ser encontrada no Sistema Único de Saúde (SUS) para meninas de 9 a 11 anos de idade. Outra medida de proteção é a realização do exame preventivo de colo de útero, segundo a médica, é recomendado para as mulheres que possuem uma vida sexual ativa. “A indicação entre os 25 e 64 anos de idade, pelo menos, de fazer a prevenção que é o papanicolau com citopatológico uma vez por ano. Depois de dois exames normais pode ficar fazendo a cada três anos, depois dos 64 anos de idade. A partir dos 80 não há mais necessidade de realizar o exame”, concluiu.
Foi através do diagnóstico e de um acompanhamento cuidadoso que a aposentada Maria de Fátima Cruz ,65, descobriu que estava doente e conseguiu a cura do câncer de colorretal. Após perceber alguns sangramentos, aparentemente sem causa, a senhora Maria de Fátima, acompanhada de sua família, resolveu recorrer ao auxílio médico. Após alguns exames, veio a confirmação do diagnóstico para câncer. “No momento em que recebi o diagnóstico fiquei extremamente assustada. Eu não acreditei. Não esperava ter aquela confirmação”, Relata ela. “Eu não tinha o hábito de ir com frequência ao médico, mas após sentir alguns sintomas, entre eles o sangramento frequente, resolvi ir com minha filha mais velha e com minha neta buscar ajuda médica”, disse Maria de Fátima.
Após a identificação da doença, a rotina de Maria de Fátima mudou completamente, ela passou a fazer uma série de exames e logo começou a se preparar para o início do tratamento. “Iniciei meu tratamento em abril de 2020, fiz 30 sessões de radioterapia e fiz a quimioterapia oral. Após as sessões, passei a ser acompanhada periodicamente.”
A aposentada também explica que o processo de tratamento é bastante árduo e que ter o apoio de sua família foi fundamental para sua cura. “Sou muito grata a Deus, pois foi muito importante ter minha família me apoiando. Minha filha Charliane esteve comigo, todos os dias, de sessões de tratamento, me ajudando e me dando força. Sem eles não teria sido nada fácil.” Recentemente, Maria de Fátima, em uma das consultas que tem feito, descobriu que não há mais células cancerígenas em seu corpo, e que a partir de agora ela precisará apenas concluir o acompanhamento e se cuidar para que não tenha mais chances do câncer retornar. ” No momento em que a doutora oncologista me disse que não tinha mais câncer no meu corpo, fiquei imensamente feliz. A médica falou que precisarei continuar por 2 anos o acompanhamento, mas relatou que o tratamento foi um sucesso. Eu sei que foi Deus que me curou, glória a Ele por isso” concluiu Maria de Fátima Cruz.
Texto: Marília Karen (3° semestre / Jornalismo) e Eduardo Sampaio(6° semestre / Jornalismo)