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Superinteressante: análise do portal a partir de como transmite as notícias

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Artigos, Texto, Uni7 Informa

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Vitor Breno Lima Siqueira
Centro Universitário 7 de Setembro

Sumário: 1. Introdução. 2. Hipertextualidade. 3. Multimidialidade. 4. Interatividade. 5. Memória. 6. Personalização. 7. Considerações finais. 8. Referências bibliográficas.

Resumo: Este artigo foi produzido no contexto da disciplina de Webjornalismo, ministrada pela professora Ana Márcia Diógenes e que está presente na grade curricular do Curso de Jornalismo do Centro Universitário 7 de Setembro (UNI7). O objetivo é analisar o portal de notícias da revista Superinteressante, seguindo os pontos considerados cruciais para se fazer o jornalismo na internet, dissertados no livro “Webjornalismo: 7 características que marcam a diferença”, organizado por João Canavilhas (2014). 

Palavras-chave: Internet. Web. Características. Canavilhas. Superinteressante. Portal. 

1. Introdução

Para compreender o funcionamento do portal de notícias da Superinteressante, é preciso primeiro entender sua história. A revista foi lançada pela Editora Abril e surgiu primeiramente de maneira impressa, em 1987. Após 20 anos, o periódico se expandiu e adentrou ao mundo da web em 2007, onde foram disponibilizadas todas as suas edições impressas gratuitamente e que se mantém até o desenvolvimento deste trabalho, em maio de 2021.

A adesão ao conteúdo web atraiu leitores para a revista e demonstra um número estável de buscas pelo portal entre maio de 2017 e maio de 2021, apresentando cerca de 60 pesquisas semanais, e todos os artigos disponíveis no material impresso também ficam disponibilizados para os interessados que os acompanham por meio do site. Neste período de análise do portal de notícias da Superinteressante – de 7 a 18 maio de 2021 – foi notado que ela segue determinadas características presentes no livro organizado por Canavilhas (2014) e, a partir dessa percepção, este artigo busca analisar a existência de tais pressupostos, que são: Hipertextualidade, Multimidialidade, Interatividade, Memória, Personalização, Instantaneidade e Ubiquidade. 

2. Hipertextualidade

Essa característica é primordial para o aprofundamento do leitor no texto que está lendo. De acordo com Canavilhas (2014, p.3): “o texto é o conteúdo mais usado no webjornalismo, uma realidade explicada por fatores de ordem histórica, técnica e econômica”. Em relação à transposição dos materiais impressos foi percebido que os textos não demandam tanto velocidade de internet quanto às fotos, vídeos e gráficos, por conta disso eles têm um nível de importância maior que os outros recursos que podem ser utilizados. 

Na análise feita no website da revista Superinteressante foi notado o uso de algumas tessituras textuais, também chamadas de hipertexto, que facilitaram a ampliação do aprofundamento do leitor sobre determinada notícia. A denominação foi proferida pela primeira vez na década de 1960, por Theodor Nelson, que explicou a ferramenta como uma escrita não sequencial e que apresenta um texto com várias opções de leitura, permitindo-lhe fazer uma escolha. 

No site são apresentadas duas formas diferentes de hipertexto. A primeira (figura 1) é a presença de hiperlinks dentro da composição textual, podendo ser possível caminhar por outras matérias para se aperfeiçoar acerca do assunto. Sobre esse modelo utilizado no portal, George Landow (1995) sublinha que essa fragmentação da leitura, chamada atomização, pode transformar a leitura do texto em um caos. Já acerca do tamanho do texto nos blocos informativos, Salaverría pontua que

A dimensão do texto é um elemento fundamental na arquitetura noticiosa um bloco textual demasiado curto deixará o leitor insatisfeito por conter pouca informação, enquanto um bloco demasiado longo pode torna-se cansativo para uma leitura em monitor (SALAVERRÍA, 2005 apud CANAVILHAS, 2014 p.6)

No exemplo encontrado no site (figura 2), a hiperligação é notada ao final do texto com links de outras matérias relacionadas ao assunto noticiado. Neste caso, que é a segunda forma de hipertexto, Salaverría (2005, p. 7) explica que essa outra maneira de realizar hiperlinks é caracterizada como hiperligação documental, e funciona “como elementos de contextualização que pormenores do relato através do relato através da oferta de informação mais específica sobre determinados aspectos”. O autor diz ainda que

Caso a hiperligação seja disponibilizada fora do bloco, falamos de uma hiperligação em menu (ou externa). Neste caso é colocada num elemento existente em redor do bloco principal, sendo normalmente em títulos de outros blocos relacionados ao teor da notícia. (CANAVILHAS, 2014, p.8)

Figura 1: Hiperlink embutido

Fonte:https://super.abril.com.br/blog/bruno-garattoni/fungo-letal-ataca-pacientes-de-covid-na-india/

Figura 2: Hiperlink ao final do texto

Fonte:https://super.abril.com.br/blog/alexandre-versignassi/carta-ao-leitor-morreu-mais-gente-de-covid-na-zona-leste-de-sao-paulo-do-que-na-china/

Acerca das diferenças entre os dois exemplos, Fidalgo (2013) pontua que enquanto uma hiperligação embutida no texto oferece uma resolução semântica, o hiperlink ao final da notícia, por meio de tags, tem uma função mais acessória, ligando uma matéria a outras da mesma sessão.

3. Multimidialidade

A característica da multimidialidade possui visões distintas, dependendo de quem a define. Basicamente, o significado de multimídia presente no livro de Canavilhas (2014, p. 29) é aquilo: “que utiliza conjunta e simultaneamente diversos meios, como imagens, sons e texto, na transmissão de uma informação.” Já Feldman (1994) descrevia como uma integração de dados, texto, imagem e som. Guallar (2010) tinha uma designação bastante parecida com as anteriores: ele classificava a multimidialidade como a utilização de texto, som e imagem animada ou fixa, de forma integrada no mesmo ambiente.

Canavilhas (2014, p.30) propõe que a multimidialidade é a “combinação de pelo menos dois tipos de linguagem em apenas uma mensagem”. No portal da Superinteressante podem ser observados alguns casos de encontro dessa multimidialidade, contudo, boa parte desse conteúdo se encontra agregado em áreas diferentes. O primeiro caso encontrado foi de uma matéria que falava sobre “A farsa da ivermectina”. Nesta página foi visto o uso de infográficos (figura 3), a partir do clique na ilustração. Posteriormente, o usuário é encaminhado a outro guia em que está aberto o infográfico. 

Figura 3: Infográfico 

Fonte:https://super.abril.com.br/especiais/a-farsa-da-ivermectina/

Além desse modelo, foi percebida a linkagem de vídeos e podcast que falam sobre determinado assunto, como nos materiais videográficos (figura 4). Nestes, quando ocorre o clique pelo navegador, só são encontrados um pequeno título e um subtítulo que dão uma especificidade rasa ao assunto; a discussão aprofundada ocorre somente dentro do produto.  Porém, nos podcast (figura 5) o usuário é levado a uma notícia acerca do assunto discutido no áudio e ao que é falado no material. 

Contudo, para realizar um bom trabalho de multimidialidade é necessário entender como a mensagem deve ser passada e de que forma essa transmissão irá prender o público que consome aquele material. Uma vez que

Para que a informação multimídia seja atrativa e inteligível para o público é necessário que os elementos que a compõem estejam devidamente interligados. O texto, o som, as imagens e o vídeo, assim como outros elementos que possam surgir no futuro, devem estar devidamente coordenados para que o resultado seja harmonioso. Os “ingredientes multimídia” devem estar interligados no sentido de evitar a competição entre eles e de, por outro lado, oferecer um resultado positivo e coordenado.  (YAROS, 2009 apud CANAVILHAS, 2014 p. 40)

Figura 4: Print da sessão com vídeo

Fonte:https://super.abril.com.br/videos/super-responde/como-sera-a-colonizacao-de-marte-uma-visao-realista/

Figura 5: Print da página com podcast

Fonte: https://super.abril.com.br/podcasts/burnout-a-vida-em-curto-circuito/

Portanto, o site fornece aos seus leitores demasiadas formas de receber um conteúdo, se abrangendo e expandindo seus produtos midiáticos para outras plataformas, além do portal convencional. 

4. Interatividade

A interatividade é fundamental para a ligação entre utilizador e produtor. Antes da chegada da internet, as formas de se comunicar com os meios de comunicação eram muito limitadas, por exemplo: no rádio, as interações eram feitas somente por meio de cartas ou chamadas de voz. A partir de 1998, com a expansão da web no Brasil, os meios buscaram se adaptam para atrair o público e conquistá-lo por meio dessas ferramentas, como destaca Canavilhas:

A interatividade é um conceito ponte entre o meio e os leitores/utilizadores, porque permite abordar esse espaço de relação entre ambas as partes e analisar as diferentes instâncias de seleção, intervenção e participação nos conteúdos do meio. Insere-se nessas zonas de contato entre jornalistas e leitores, que as tecnologias vem simplificando (CANAVILHAS, 2014 p. 53)

A função fornecida para os leitores pode ser dividida em duas: 1) interatividade seletiva; que é a interação limitada do leitor com o sistema, por exemplo: usar motores de busca (figura 6); e 2) interatividade comunicativa; que é a troca de papéis entre o fornecedor e o utilizador, ou seja, o leitor se torna também um produtor de conteúdo, como por exemplo: o uso de comentários nas redes sociais.

No portal da revista Superinteressante é possível notar os dois modelos, porém a comunicativa é mais presente no site. Neste último, é apresentada uma seção chamada “oráculo” (figura 7), destinada a responder às dúvidas do leitor, deixadas nas redes sociais da revista. Nesta medida, Palacios e Cunha (2012, p.57) explicam que: “o leitor gera algum conteúdo que se torna público”.

Essa ação assegura a proximidade do leitor, por meio das redes sociais digitais, que contam, em 2021, com mais de 1 milhões de seguidores no Instagram, 3.7 milhões no Facebook e 4 milhões no Twitter. A matéria, feita a partir da pergunta de uma seguidora (figura 8), demonstra o tipo de interação que a revista quer ter com o leitor, gerando engajamento para o portal e sancionando dúvidas do leitor. 

Figura 6: Mecanismo de busca

Fonte: https://super.abril.com.br/

Figura 7: Seção Oráculo

Fonte: https://super.abril.com.br/

Figura 8: Interatividade controlada entre o portal e o leitor

Fonte:https://super.abril.com.br/blog/oraculo/por-que-e-tao-dificil-tirar-fotos-da-lua-com-um-smartphone-normal/

Contudo, apesar de demonstrar certa interação com o leitor, a interatividade entre o meio e o utilizador ainda é muito controlada, por exemplo: nenhuma matéria possui espaço aberto para discussão, ou seja, não tem como realizar comentários nas publicações. Acerca disso, Light e Ivonne Rogers (1999) em sua análise do fórum do The Guardian, observam que os que participam são uma minoria quando comparados ao total de visitantes. 

5. Memória

Esta característica, que pode ser usada como referência no ciberjornalismo, tem a função de acionar a memória do leitor acerca de alguns assuntos. Normalmente esse recurso é mais utilizado em datas específicas, como o aniversário de uma pessoa relevante para a mídia ou a morte de alguém que teve sua linha de importância.

No site da revista Superinteressante são notados alguns usos dessa ferramenta. É comum que matérias sejam produzidas com o embasamento de um caso que aconteceu no passado ou, por ser uma revista focada em ciências, abordam sobre alguém que deixou um legado na indústria, como aconteceu na matéria publicada sobre a morte de Michael Collins (figura 9). Esta reflexão se embasa em que

(…) não apenas em obituários e aniversários o trabalho direto da memória se faz presente na produção dos textos jornalísticos, a memória entra em ação de modo quase natural, na produção do relato da atualidade, seja como ponto de comparação do evento presente com eventos passados (recentes ou remotos), como oportunidades de analogias, como convites à nostalgias, ou mesmo através da apresentação do presente como elemento para desconstruir e tornar a construir, sob a luz de novos fatos, os acontecimentos do passado. (ZELIZER, 2008, p. 82 apud CANAVILHAS, 2014, p. 93)

Conforme observado, o portal trabalha com vários modelos de memória, se adequando a esta característica do webjornalismo sob diversas maneiras. As matérias desenvolvidas a partir de relatos do passado (figura 11) possuem maior força no site, porém este não fica somente condicionado a esse modelo, se mostrando presente nos obituários também.

Figura 9: Obituário Michael Collins

Fonte: https://super.abril.com.br/ciencia/michael-collins-astronauta-da-apollo-11-morre-aos-90-anos/

Figura 10: Acontecimento do passado trago ao presente

Fonte:https://super.abril.com.br/historia/em-carta-einstein-antecipou-descoberta-sobre-a-sensibilidade-magnetica-de-animais/

Apesar de apresentar conteúdos de memória de forma concisa, o site se propaga a entregar aos seus leitores produtos voltados a memória que são abrangentes ao que é postado no portal.

6. Personalização

A personalização dos portais, para se tornar mais acessível e prender o leitor, está cada vez mais presente no webjornalismo. Contudo, não são todos os sites de notícias que se adaptaram a essa característica, que é uma otimização individual das escolhas dos usuários. Já em 1991, o dicionário Collins definiu a personalização como: “fazer (algo) de acordo com as necessidades individuais dos clientes”. O elemento tem vários subtópicos, sendo a mais forte a agregação; e também é abordada por Canavilhas, ao dizer que

A agregação é uma forma de personalização e de resposta às novas necessidades das audiências. A ideia principal é reunir, classificar e filtrar o conteúdo disponível, incluindo as notícias mais interessantes. Ou, como dizem os críticos, os itens que recebem mais cliques. Apesar de ser criticado por muitos jornalistas e editores, a agregação é muito popular entre os leitores. (CANAVILHAS, 2014 p. 138)

Em análise, foi notado que o portal da revista oferece poucas formas de personalização para os leitores, ficando fixado somente na divulgação das editorias que o site contempla (figura 12). Além disso, o portal não oferece questões de customização ou de rankeamento das notícias mais lidas, o que pode dificultar a busca de utilizadores que querem achar notícias que estão sendo comentadas em maior escala.

Figura 11: Menu da Super

Fonte:https://super.abril.com.br/

7. Considerações finais

Desta forma, se conclui que o portal de notícias da revista Superinteressante apresenta cinco entre as sete características levantadas no livro organizado por João Canavilhas, sendo elas: Hipertextualidade, Multimidialidade, Interatividade, Memória e Personalização. Tais ferramentas ajudam o site a se tornar dinâmico e a prender atenção do leitor.

Porém, o site não abraça duas características que poderiam melhorar sua forma de entregar mais notícias ao seu público, que são: Instantaneidade, que significa ser rápido nas publicações de matérias de acontecimentos recentes, e a Ubiquidade, que fornece acesso a diversas plataformas e distribui conteúdos dos usuários nos seus acessos. Esses dois modelos caso fossem trabalhados no portal o tornariam mais rápido na entrega de notícias e uma maior diversificação dos assuntos.

Contudo, é preciso entender o nicho que a revista trabalha e que o site agrega, tendo um trabalho mais presente para as notícias frias, que são aprofundadas e, posteriormente, levadas ao site de notícias.

Desta forma, o portal web da revista se torna mais conciso na proposta que entrega, ao produzir materiais que não são necessariamente da revista, como os casos das dúvidas respondidas no material “Oráculos”. E, também, pela amplitude de multiplataformas que o site abraça, como os vídeos para o canal no Youtube ou o podcast disponibilizado nas plataformas de streaming; ambos podem ser executados diretamente pelo site diminuindo a barreira de como achar tal produto.

8. Referências bibliográficas

BATTAGLIA, Rafael. Michael Collins, astronauta da Apollo 11 morre aos 90 anos. Superinteressante, São Paulo, abr. 2021. Seção Ciência. Disponível em: https://super.abril.com.br/ciencia/michael-collins-astronauta-da-apollo-11-morre-aos-90-anos/. Acesso em: 9 maio 2021.

BATTAGLIA, Rafael. Como será a colonização de Marte – uma visão realista. Superinteressante, São Paulo, mar. 2021. Seção Ciência. Disponível em: https://super.abril.com.br/videos/super-responde/como-sera-a-colonizacao-de-marte-uma-visao-realista/ Acesso em: 7 maio 2021.

CANAVILHAS, João (org.) Webjornalismo: 7 características que marcam a diferença. Labcom, 2014.  E-book (196 p.). Disponível em: https://www.labcom.ubi.pt/ficheiros/20141204-201404_webjornalismo_jcanavilhas.pdf . Acesso em: 7 maio 2021.

FIORATTI, Carolina. Por que é tão difícil tirar fotos da lua com um smartphone normal. Superinteressante, São Paulo, abr. 2021. Seção Oráculo. Disponível  em:https://super.abril.com.br/blog/oraculo/por-que-e-tao-dificil-tirar-fotos-da-lua-com-um-smartphone-normal/. Acesso em: 8 maio 2021.

GARATTONI, Bruno. Fungo raro e letal ataca pacientes de covid na Índia. Superinteressante, São Paulo, maio. 2021. Seção Saúde. Disponível em: https://super.abril.com.br/blog/bruno-garattoni/fungo-letal-ataca-pacientes-de-covid-na-india/ Acesso em: 7 maio 2021

GARATTONI, Bruno. CORDEIRO, Tiago. A farsa da ivermectina. Superinteressante, São Paulo, maio. 2021. Seção Saúde. Disponível em: https://super.abril.com.br/especiais/a-farsa-da-ivermectina/. Acesso em: 7 maio 2021

ROSSINI, Maria Clara. Em carta Einstein antecipou descoberta sobre a sensibilidade magnética de animais. Superinteressante, São Paulo, 7 maio 2021. Seção História. Disponível em: https://super.abril.com.br/historia/em-carta-einstein-antecipou-descoberta-sobre-a-sensibilidade-magnetica-de-animais/. Acesso em 10 maio de 2021.

SUPER. Podcast terapia #1: Burnout: a vida em curto circuito. Superinteressante, São Paulo, fev. 2020. Seção Podcasts. Disponível em: https://super.abril.com.br/podcasts/burnout-a-vida-em-curto-circuito/ . Acesso em: 7 maio 2021. 

VERSIGNASSI, Alexandre. Morreu mais gente de covid na zona leste de São Paulo do que na China. Superinteressante, São Paulo, mar. 2021. Seção Sociedade. Disponível em: https://super.abril.com.br/blog/alexandre-versignassi/carta-ao-leitor-morreu-mais-gente-de-covid-na-zona-leste-de-sao-paulo-do-que-na-china/ Acesso em: 7 maio 2021.

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