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Análise webjornalística da Revista Cult

Categoria:

Artigos, Texto, Uni7 Informa

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Francisco César Rodrigues Melo Filho

Centro Universitário 7 de Setembro

Sumário: 1. Introdução. 2. Hipertextualidade. 3. Multimidialidade. 

4. Ubiquidade presente? 5. Interatividade. 6. Instantaneidada. 7. Personalização. 

8. Conclusão. 9. Referências.            

Resumo: O presente trabalho tem como objetivo fornecer uma análise da inserção digital da revista CULT, que a ajudou a sobreviver no mercado editorial.  O surgimento da World Wide Web revolucionou a forma como a humanidade consome informação. Com esta tecnologia, a velocidade de chegada das informações alcançou seu ápice. E o surgimento das redes sociais intensificou essa conexão virtual. Diversas empresas viram nela uma chance de criar maior proximidade com seu público e aumentar seu valor de mercado. Com a CULT não foi diferente. A revista é destaque em seu nicho de mercado, que possui um perfil de público mais intelectual e acadêmico. Partindo para a era digital, a CULT conseguiu adaptar-se às demandas mercadológicas sem perder sua essência editorial, que consiste em um jornalismo crítico, independente e pautado na missão de provocar reflexões sobre a sociedade.

Abstract: This article aims to provide an analysis of the digital insertion of the CULT magazine,which helped  her to survive in the editorial market. The emergence of the World Wide Web has revolutionized the way humanity consumes information. With this technology, the speed of arrival of information has reached its peak. And the emergence of social networks has intensified this virtual connection. Several companies saw it as a chance to create closer ties with their audience and increase their market value. It was no different with CULT. The magazine is highlighted in its niche market, which has a more intellectual and academic audience profile. Moving into the digital age, CULT was able to adapt to market demands without losing its editorial essence, which consists of critical, independent journalism and guided by the mission of provoking reflections.about society. 

Palavras-chave: revista CULT, digital, comunicação, público

1 Introdução

A atividade jornalística é suscetível às mudanças que acontecem no âmbito mercadológico. O mercado da comunicação como um todo se viu obrigado a mergulhar no mundo digital. Primeiro, a chegada da internet nos anos 1990 apresentou o espaço cibernético ao mundo e ampliou a capacidade humana de enviar e armazenar informações. No universo das revistas, isso não foi diferente. Publicações das mais diversas temáticas adotaram o espaço digital de forma estratégica para aumentar sua visibilidade. 

A revista CULT adicionou o meio digital como via de divulgação por etapas. E se trata de uma experiência bem sucedida, visto que a CULT é hoje referência no nicho de jornalismo cultural. Dentro de seu perfil editorial, a revista conseguiu um engajamento digital singular. Mesmo com um público muito específico e o valor de sua publicação impressa na casa dos quinze reais, a revista CULT se consolidou no mercado digital apresentando certas estratégias de marketing e publicidade, mesmo este não sendo seu forte.

A revista é considerada de difícil compreensão para o leitor médio, exigindo uma leitura mais atenta e comprometida. (…) o investimento de R$15,90 na publicação, que concorre com opções mais amenas (…).( CARVALHO, Beatriz Guimarães de. CALDAS, Graça. Entre Papéis, Telas e Ideias: estratégias de sobrevivência da revista CULT na era digital.Revista Cambiassu, São Luis/MA, v.13, n°21, p.1-29, Julho-Dezembro de 2017)

A revista CULT começou sua trajetória em 1997, como ideia da Lemos Editorial e foi comprada, em 2002, pela filósofa e editora Daysi Bregantini. Ao ser comprada pela filósofa, a revista ampliou seus horizontes para além da filosofia, passando a produzir também conteúdos sobre arte, cultura e literatura. A revista possui um caráter político de esquerda, fato reforçado por Bregantini. 

Uma vez, em entrevista, Daysi afirmou que “A Folha provavelmente tem a cabeça dos donos da Folha, a Veja tem a cabeça dos donos da Abril. Cada revista segue a cabeça dos patrões, digamos assim. Eu sou de esquerda, sempre fui militante de esquerda, da teologia da libertação. Então é evidente que a Cult tenha a minha cara. E quem vem trabalhar aqui ou quem colabora sabe para onde está entrando” Apesar de seu viés político, a CULT também está inserida na chamada indústria cultural* visto que possui, ao lado de sua intelectualidade, um caráter comercial. Este fator comercial foi o motor que impulsionou a revista em um processo de digitalização que aqui será analisado.

2 Hipertextualidade

A hipertextualidade é característica marcante do jornalismo digital. É um recurso essencial usado por páginas de web que usam seu espaço para lançar conteúdos. Estes conteúdos são divididos em blocos informativos que contém hipertextos ligados por hiperlinks. A plataforma digital da revista Cult apresenta uma hipertextualidade equilibrada em seus hipertextos. O equilíbrio hipertextual é alcançado através da sobriedade na qual são aplicados. 

Um hipertexto é assim chamado por ter em seu corpo escrito as hiperligações. Estas consistem em palavras ou frases destacadas de alguma forma que, ao serem clicadas, levam o leitor a outro bloco informativo. A boa hipertextualidade é aplicada nos textos de forma espaçada, sem muita proximidade. Porque uma vez que estejam muito próximas, as hiperligações podem ser um obstáculo na continuidade de leitura do usuário uma vez que irão sugerir mudanças muito rápidas de blocos informativos. A Cult é atenta em dar separabilidade entre uma hiperligação e outra sem deixar o hipertexto escasso.

uma hiperligação colocada no início de uma frase pode significar uma saída para outro bloco informativo sem que o leitor tenha lido o parágrafo onde se encontrava e, por isso, sem ter captado a mensagem que se pretendia transmitir. Por outro lado, a concentração de hiperligações também não é positiva porque o leitor tenderá a clicar em cada uma delas, transformando a leitura num autêntico carrossel. (CANAVILHAS,2003, P. 20). 

Ao contrário de outros meios de comunicação, os títulos dados às publicações da revista não são chamativos, “caça-likes”. A revista CULT consegue manter sua ética editorial e manter um público fiel com títulos que seguem seu padrão de conteúdo. O conteúdo dos blocos informativos apresentados no site da revista reforça sua característica de leituras densas. A hipertextualidade da CULT é multifacetada. isso é percebido em um bloco informativo presente no site chamado “O híbrido perverso”. O bloco ora apresenta um caráter mais narrativo, quando liga blocos cujos conteúdos são independentes em sentido, mas complementam-se e ora apresenta caráter documental, quando as hiperligações levam a outros blocos que cuidam de aprofundar um tópico levantado no bloco anterior. 

No campo do jornalismo, Salaverría (2005) destaca duas funções: a primeira é documental, e neste caso as hiperligações funcionam como elementos de contextualização que oferecem pormenores do relato através da oferta de informação mais específica sobre determinados aspetos; a segunda função é narrativa e aqui as hiperligações funcionam na sua essência libertadora do leitor, oferecendo diferentes percursos de leitura(…). (CANAVILHAS, 2014, p. 7)

Os blocos de informação da revista são bem estruturados quanto à separabilidade dos hiperlinks, respeitando um fluxo contínuo de informações.

3 Multimidialidade

Se considerarmos que conteúdo multimídia se trata de um conteúdo exibido através de mais de uma linguagem, então a humanidade convive com a multimidialidade desde o invento da imprensa com imagens.

…se aceitarmos este silogismo, estamos obrigados a concluir algo bastante surpreendente: que os conteúdos multimédia já têm cerca de dois séculos de história nos meios jornalísticos. (CANAVILHAS,2003, p.30)

Assim sendo, desde seu lançamento, a revista CULT apresenta multimidialidade. Primeiramente, sua multimidialidade se apresentou enquanto revista impressa na condição de formas textuais aliadas a imagens. Mais tarde, em um momento onde grandes meios de comunicação estavam se conjecturando para a internet, a revista CULT transportou sua multimidialidade para sua plataforma digital, mantendo sua manifestação textual e imagética e acrescentando outras linguagens, como o vídeo. 

Se considerarmos multimidialidade como um conjunto de polivalências, a CULT faz uso da sua parte temática posto que os membros da redação da revista também podem acumular funções ligadas às estratégias de marketing e publicidade da CULT. 

A CULT não consegue bancar um time de profissionais para cuidar do marketing e da publicidade. (…) No geral, as estratégias são pensadas coletivamente pelos próprios membros da redação. ( CARVALHO, Beatriz Guimarães de. CALDAS, Graça. Entre Papéis, Telas e Ideias: estratégias de sobrevivência da revista CULT na era digital.Revista Cambiassu, São Luis/MA, v.13, n°21, p.1-29, Julho-Dezembro de 2017

A CULT, procurando formas inovadoras de apresentar seus produtos ao público, usou a linguagem de vídeo através da plataforma YouTube para apresentar seus trabalhos de uma forma mais “ao vivo” através do canal TV Revista Cult. O canal da CULT no YouTube é uma demonstração da capacidade multimidiática da revista porque trabalha simultaneamente com a proposta de vídeos, imagens, textos, a fala humana e as sonoridades. Através do canal, a revista criou uma forma de comunicação que lhe permite chegar em públicos que não conhecem a CULT e podem conhecê-la de uma forma mais acessível, pois como já foi constatado, além de um preço acima da média, a leitura da CULT é considerada densa e de difícil entendimento, e por isso, talvez não seja a melhor forma de aproximar um leitor em potencial. 

O canal, por outro lado, promove encontros virtuais ao vivo para a divulgação de uma nova publicação da revista. Essa divulgação é acompanhada de uma conversa protagonizada por indivíduos que debatem sobre o tema abordado na revista. 

Os artigos, notícias, reportagens e entrevistas que vão ao ar no site são anunciados também nas redes sociais da revista, o que visa atrair internautas para o portal e, como consequência, angariar público para a CULT.                      (CARVALHO, Beatriz Guimarães de. CALDAS, Graça. Entre Papéis, Telas e Ideias: estratégias de sobrevivência da revista CULT na era digital.Revista Cambiassu, São Luis/MA, v.13, n°21, p.1-31, Julho-Dezembro de 2017

A CULT divulga vídeos com dossiês sobre os temas das edições que estão sendo lançadas, além de entrevistas com pessoas relacionadas às temáticas. O canal no YouTube surge então como uma possibilidade de aproximar um leitor em potencial de forma mais didática e interativa, somando-se ao site oficial da revista.

4 Ausência de Ubiquidade? 

A CULT não possui uma ubiquidade tão relevante. A ubiquidade pressupõe uma onipresença, uma capacidade de se fazer presente em todos os lugares simultaneamente. Apesar do alcance digital, a CULT não possui nenhum artifício, como app’s de interação social próprio que a fazem ser como, por exemplo, o G1, da Globo, onde é possível mandar vídeos e participar ativamente da criação de notícias. 

No contexto da mídia, a ubiquidade implica que qualquer um, em qualquer lugar, tem acesso potencial a uma rede de comunicação interativa em tempo real. quer dizer que todos podem não apenas acessar notícias e entretenimento, mas participar e fornecer sua própria contribuição com conteúdos para compartilhamento e distribuição global. (CANAVILHAS, 2014, p.160) 

  A  era digital trouxe a capacidade de se fazer presente na vida das pessoas de forma onipresente. Uma grande empresa pode ter,além de seu site e redes sociais, aplicativos e visibilidade em meios de comunicação como o rádio e a televisão. Desta forma, a empresa se coloca de forma onipresente na vida dos consumidores, sejam eles já pertencentes ao seu público ou não. 

5 Interatividade  

O mercado atual exige que qualquer meio de comunicação busque uma excelente inserção no meio digital através da construção de uma plataforma digital que contemple seus serviços e de meios de interação com o público alvo que transcendam a plataforma oficial do meio. A interatividade consiste em ser capaz de habilitar o público a selecionar os conteúdos que lhes interessam e fazê-lo participar ativamente do cotidiano do meio de comunicação.            

Capacidade gradual que um meio de comunicação tem para dar maior poder aos utilizadores tanto na seleção de conteúdos (“interatividade seletiva”) como em possibilidades de expressão e comunicação (“interatividade comunicativa”).  (rost, 2006, apud CANAVILHAS, 2014, p.55)

A revista CULT viu sua interação com o público crescer através das mídias sociais. O Instagram da publicação, por exemplo, possui atualmente 452 mil seguidores. Na plataforma de microblog Twitter, 224.216 perfis seguem a CULT. Os números são expressivos para uma revista cujo público se trata de um nicho muito específico. Através das redes sociais, a revista abre espaço para o público fornecer sua percepção sobre os conteúdos da publicação. Os perfis da revista no Instagram e Twitter não possuem muitos comentários em suas postagens. Mas a ausência de comentários em perfis de redes sociais é compensada com um site oficial munida de newsletter, um espaço para assinantes, bate-papo e, em destaque, os ícones que levam o leitor às redes sociais na qual a revista se expandiu (Facebook, Instagram e Twitter).

Este tipo de interatividade manifesta-se em opções como: comentários abaixo das notícias, perfis em redes sociais abertas à participação de utilizadores, blogues de cidadãos/as, pesquisas, fóruns, entrevistas a personalidades com perguntas de utilizadores, publicação de endereços de correio eletrónico de jornalistas, ranking de notícias, chats, envio de notícias/fotografias/vídeos, sistemas de correção de notas, entre outros. (CANAVILHAS,2014, p.58)

O site oficial da CULT proporciona aos seus visitantes uma relação interativa diversificada. Ao mesmo tempo que é possível afirmar a existência de uma interatividade seletiva, há também uma interatividade comunicativa. No site, existem conteúdos abertos ao público não-assinante, de acesso livre. Alguns destes conteúdos possuem hipertextos, oferecendo ao usuário uma oportunidade de guiar a própria leitura como o mesmo preferir. Ainda, os menus oferecidos no site da revista possibilitam uma livre navegação pelos setores da CULT, indo do menu principal até a página de dossiês ou colunistas. 

A interatividade seletiva alude às possibilidades de controle que têm o utilizador sobre o processo de recepção dos conteúdos, ou seja, em que medida o utilizador pode eleger o ritmo e a sequência das mensagens. (CANAVILHAS, 2014, p.6)

Através de seu site e demais canais de comunicação, a CULT forneceu ao seu público uma variedade de opções de interação, seja através do espaço para comentários, dos hiperlinks ou a comunicação via whatsapp e e-mail. 

6 Instantaneidade

A velocidade sempre foi característica do jornalismo. Afinal, a atividade jornalística busca levar informações novas e verídicas ao público ao qual se destina. E no jornalismo, dada a velocidade com que os fatos mudam na medida em que novas informações chegam, uma informação dada ao meio dia sobre um navio cruzeiro que encalhou já pode estar desatualizada por novos fatos às duas horas da tarde. 

Na era digital, a velocidade com que as informações chegam a usuários de tecnologia se tornou instantânea. O ciberespaço expandiu a velocidade de chegada das informações de uma forma nunca antes vista. A criação de redes sociais potencializou a velocidade de propagação de informações. Plataformas como Facebook e Twitter se tornaram referência em propagação de notícias. 

O que o twitter e o facebook adicionaram foi a infraestrutura de distribuição: a possibilidade para que aqueles livestreams, imagens, livros-áudio e textos fossem entregues a centenas de milhões de usuários. (CANAVILHAS, 2014, p.114)

Diante da iminente inserção digital da sociedade, vários meios de comunicação adotaram as redes sociais em seu cotidiano para manter-se no mercado. Com a revista CULT não foi diferente. No início dos anos 2000, a revista se limitou a criar uma plataforma digital para divulgar e vender sua revista impressa. Em 2010, esta plataforma ganhou amplitude e se tornou uma página no ciberespaço com conteúdos exclusivos.

Em 2000, a CULT criou seu primeiro portal, que funcionava apenas como um canal de divulgação e venda do produto impresso.(…) Mas foi somente em março de 2010 que a revista passou a produzir artigos exclusivos para a plataforma digital10, já reformulada e dividida em seções. ( CARVALHO, Beatriz Guimarães de. CALDAS, Graça. Entre Papéis, Telas e Ideias: estratégias de sobrevivência da revista CULT na era digital.Revista Cambiassu, São Luis/MA, v.13, n°21, p.1-30, Julho-Dezembro de 2017)

Mais tarde, a revista também aderiu a outras plataformas como Instagram e o Twitter, que aumentaram seu engajamento online e maximizaram a proximidade da revista com seu público. 

Também vieram, nesse meio-tempo, as páginas nas redes sociais Orkut (já extinta), Facebook, Twitter e, mais recentemente, Instagram, garantindo uma interação direta e instantânea entre a publicação e seus leitores, que, deixando de lado os e-mails e cartas, agora podem demonstrar seus entusiasmos e insatisfações através de curtidas e comentários. (CARVALHO, Beatriz Guimarães de. CALDAS, Graça. Entre Papéis, Telas e Ideias: estratégias de sobrevivência da revista CULT na era digital.Revista Cambiassu, São Luis/MA, v.13, n°21, p.1-31, Julho-Dezembro de 2017)

Mercadologicamente, a inserção digital da revista foi um fator crucial em sua sobrevivência. Enquanto outras revistas com o mesmo viés editorial encontraram seu fim, a revista CULT soube se colocar no novo patamar da era da informação. 

7 Personalização

A personalização é parte importante no processo de inserção no mercado, seja ele qual for. É a forma pela qual o meio de comunicação, por exemplo, apresenta seu conteúdo e sua forma de dialogar com seu público. A personalização também se trata de movimentos estratégicos para continuar sendo relevante no mercado. 

No que tange a Revista CULT, o que a publicação tem de fortaleza em seu conteúdo, carece em planejamento publicitário e marketing. Não que a revista não possua um número relevante de seguidores, mas é notório que a falta de um setor oficial de publicidade impacta seu alcance. Outras revistas, como a Exame, possuem pelo menos dois milhões e seiscentos mil seguidores no Instagram. A revista Veja possui dois milhões na mesma plataforma. E o que as diferencia da CULT é um setor de publicidade bem organizado dentro das empresas. 

A CULT não consegue bancar um time de profissionais para cuidar do marketing e da publicidade. (…) No geral, as estratégias são pensadas coletivamente pelos próprios membros da redação (CARVALHO, Beatriz Guimarães de. CALDAS, Graça. Entre Papéis, Telas e Ideias: estratégias de sobrevivência da revista CULT na era digital.Revista Cambiassu, São Luis/MA, v.13, n°21, p.1-29, Julho-Dezembro de 2017

O crescimento da revista CULT através de sua plataforma digital é uma realidade, mas a falta de uma equipe especializada no acompanhamento de imagem e mercadológico limita um crescimento que poderia ser tão alto quanto ou mais do que outras publicações. Das estratégias que deram certo e beneficiaram, é importante destacar a criação de um catálogo online, disponibilizado no site da própria revista, onde funciona uma espécie de loja online em que os leitores que tiverem interesse podem adquirir alguma publicação já lançada por um preço estabelecido no site. Outro trunfo foi a criação de uma assinatura digital, que concede ao assinante o direito de desfrutar de todos os conteúdos barrados aos não assinantes. 

 É provável que as revistas acadêmicas e científicas, que se destinam a um público relativamente pequeno, quase todo versado na Internet, passem a ser cada vez mais publicadas on-line, e vendidas a instituições especializadas com base num serviço de assinaturas. (CASTELLS, 2003, p.203)

 A inserção digital da CULT se provou um sucesso para a revista, que dentro de seu nicho mercadológico conseguiu se destacar e cativar mais leitores para seu conteúdo. Consequentemente, sua estratégia de vendas pelo meio digital também foi bem sucedida. 

 8 Conclusão

Diante de sua evolução na cultura cibernética, a revista CULT provou que uma editora de cultura pode sobreviver ao tempo e às mudanças do mercado da comunicação desde que, para isso, nunca perca a habilidade de adaptação às novidades. Em tempos de obscurantismo generalizado no Brasil, a revista CULT cumpre um papel crucial enquanto produção cultural de resistência. Através de suas publicações, a CULT proporciona debates importantes que buscam levar a construção de uma sociedade culturalmente mais consciente, democrática e libertadora.

9 Referências 

CANAVILHAS,João;BRADSHAW,Paul;PAVLIK,John;LORENZ,Mirko;SALAVERRÍA,Ramón;PALACIOS,Marcio. LABCOM,2014.

CARVALHO, Beatriz Guimarães de. CALDAS, Graça. Entre Papéis, Telas e Ideias: estratégias de sobrevivência da revista CULT na era digital.Revista Cambiassu, São Luis/MA, v.13, n°21,  Julho-Dezembro de 2017

CASTELLS, Manuel. A galáxia da internet: Reflexões sobre a Internet, os negócios e a sociedade. Brasil, Zahar, 2003.

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