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TÂNIA ALVES: A capacidade de se adaptar aos caminhos do jornalismo

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Com experiência em várias editorias do jornal impresso, a profissional já sonha em produzir programas de rádio e TV

Depois de oito anos como editora do Núcleo de Cotidiano, Tânia Alves se tornou Ombudsman do jornal O Povo (Foto: Daniel Costa)

Depois de oito anos como editora do Núcleo de Cotidiano, Tânia Alves se tornou Ombudsman do jornal O Povo (Foto: Daniel Costa)

Dona de uma carreira sólida, pautada no trabalho árduo, Tânia Alves começou no jornalismo como repórter de esporte. Há 26 anos no jornal O POVO, a jornalista já trabalhou em diferentes editorias, como política e economia. Além disso, também foi editora do caderno Vida & Arte e do Núcleo de Cotidiano. Atualmente, é Ombudsman do jornal.

Graduada em Comunicação Social pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e em Serviço Social pela Universidade Estadual do Ceará (Uece), Tânia revela para o Quinto Andar, os segredos para permanecer tanto tempo no mercado.

Quinto Andar – Como você analisa o jornalismo de Cotidiano hoje e as principais diferenças comparando-o com outras épocas? O que melhorou e piorou?
Tânia Alves – O que mudou foi o aprofundamento da notícia. Hoje você tem que escolher determinados assuntos e aprofundá-los. Então, você foca nos assuntos que seriam mais importantes, e tenta trazer para o jornal de maneira mais ampla.

QA – Você acha que na graduação dos cursos de Jornalismo falta alguma disciplina específica de Cotidiano, para conscientizar os futuros profissionais sobre o conhecimento e divulgação desse segmento?
TA: Penso que, quanto mais específico melhor. Quando os estudantes chegam à redação, chegam muito verdinhos. Eles têm toda uma teoria, mas não têm aquela experiência. Eles precisam saber como a cidade funciona, não só a Aldeota, mas saber de todos os bairros. Se os alunos tivessem essa vivência na faculdade, seria perfeito, porque você conheceria a cidade. O jornalismo é muito da visão do repórter. Você pode ter a melhor pauta do mundo, mas se o repórter não for lá e observar por ele, a matéria não sai legal.

QA – E o que pensa sobre o futuro jornalístico no Ceará e no Brasil?
TA: O jornalismo no Brasil hoje está muito pessimista. Ele tem muito do denuncismo. Ele está esquecendo-se de contar histórias e de conhecer esse Brasil. Muito me incomoda a maneira como o Ceará e o Nordeste são levados para o Brasil. Muito me incomoda a falta de história sobre o Nordeste. É muito diferente a maneira como você trata a seca em São Paulo, como é a questão da Cantareira e a seca na Região Nordeste. A questão da seca de São Paulo é aquela coisa, você tem que economizar a água. A seca no Nordeste você mostra a pessoa bebendo água de barreiro. A realidade não é essa.

QA – Na sua trajetória profissional, o que mais contribuiu para se destacar no jornalismo? Como obteve sucesso nesse mercado tão competitivo?
TA: Para permanecer na profissão, você precisa conhecer outras coisas. É o mesmo o que os jovens hoje fazem. Eles não permanecem muito tempo num determinado lugar. Sempre vão buscar outras coisas. Fiz isso dentro da redação do jornal. O jornal me permitiu ir para várias editorias, ter várias experiências. Então, isso renova a pessoa. É sempre bom você abraçar os desafios como algo muito importante da sua vida, porque isso acaba dando certo. Você deve estar aberto a fazer os desafios e trabalhar para eles. Você não pode ficar parado. O importante é não deixar se acomodar no marasmo de fazer a mesma coisa. Isso faz com que você se torne um bom repórter.

"Para permanecer na profissão, você precisa conhecer outras coisas. É o mesmo o que os jovens hoje fazem. Eles não permanecem muito tempo num determinado lugar. Sempre vão buscar outras coisas", afirma Tânia (Foto: Daniel Costa)

“Para permanecer na profissão, você precisa conhecer outras coisas. É o mesmo o que os jovens hoje fazem. Eles não permanecem muito tempo num determinado lugar. Sempre vão buscar outras coisas”, afirma Tânia (Foto: Daniel Costa)

QA – A sua visão do jornalismo foi alterada ao se tornar Ombudsman?
TA: A minha visão mudou, porque quando se está na redação, você está fazendo a notícia. Então, você acha que está fazendo o melhor e, às vezes, nem sempre faz. Quando se distancia um pouco do jornal, você pode observar aquilo que está fazendo. É tentar ver o jornal como um todo.

QA – Quais foram os melhores e piores momentos que você viveu como repórter?
TA: Quando você faz parte das grandes coberturas na redação do jornal O Povo, essa é uma área muito interessante. Um dos grandes momentos que participei, como editora de Cidades, foi a cobertura da greve da Polícia Militar, que foi um grande momento. Quando se erra nas edições, a gente também sente muito aquele erro. Mas, você não pode parar. Porque se parar, você não vai mais querer fazer aquilo e você tem que fazer. Você tem que aprender a partir disso e não ficar parado naquilo.

QA – Quais os seus projetos e planos para o futuro?
TA: Queria estudar um pouco mais e lançar um livro das minhas crônicas, que eram publicadas na coluna Ceará. Também queria continuar no jornalismo para aprender e ter novos conhecimentos. Uma coisa que tenho pensado muito é que já tenho passado muito tempo em jornal, mas nunca fiz televisão e nem radio. Então, poderia ir para um deles.

Imagem de Amostra do You Tube

Daniel Costa
(Texto, fotos e audiovisual)
5º semestre

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