DIA D: Contra o abuso e exploração sexual da criança e do adolescente
Uma conquista que marca a luta dos direitos humanos da criança e do adolescente no Brasil
Música, teatro e palestras marcaram o Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, nesta quinta-feira, 18, em Fortaleza. Com o objetivo de romper o silêncio imposto às vítimas de violências sexuais, a Rede Cuca do Mondubim, a Rede Aquarela, a Fundação da Criança e da Família Cidadã (Funci) e várias ONGs realizaram atividades durante toda a manhã, no Cuca Mondubim.
“O que a gente precisa é denunciar este absurdo. Este é um crime que não pode continuar acontecendo no nosso país, no nosso estado”, disse Tânia Gurgel, diretora da Funci, ressaltando a importância de alertar a população. Ela destacou que as pessoas devem denunciar casos de violação por meio do Disque 100, ou mesmo procurar as instituições que defendem os direitos de crianças e adolescentes.
As atividades serão desenvolvidas até o dia 20 de maio, com uma manifestação de várias instituições na Praia de Iracema, a partir de 8h30min.
História por trás da data
A data do 18 de maio foi escolhida para promover a temática porque, em 1973, nesse mesmo dia e mês, a menina Araceli Crespo, de 8 anos, foi sequestrada, estuprada e morta por um grupo de jovens de Vitória, capital do Espírito Santos. Todos eram de classe média e nunca foram punidos.
Desde então, os órgãos defensores dos direitos humanos da criança e do adolescente reforçam, para todo o país, sobre este tipo de crime que tem vitimado mais de 17,5 mil crianças e adolescentes. As consequências físicas e psicológicas marcam as vítimas para toda a vida.
Aproximadamente 67,7% das crianças e jovens que sofrem abuso e exploração sexuais são meninas. Os meninos representam 16,52% das vítimas. Os casos em que o sexo da criança não foi informado totalizaram 15,79%.
Já o perfil do agressor aponta homens (62,5%) e adultos de 18 a 40 anos (42%) como principais autores dos casos denunciados. A maior parte dos agressores é formada por pessoas próximas da criança, pode ser um parente, um professor, um médico de confiança.
A denúncia é dever de todo cidadão que conhece algum caso de violência sexual praticada contra crianças e adolescentes. Quando há suspeitas, é importante acionar uma das instituições que podem apurar e enfrentar este problema como: Conselhos Tutelares, Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dceca), Centro de Referência Especializado da Assistência Social (Creas) ou Disque 100.
Identificando a violência sexual
É preciso estar alerta aos principais sinais físicos e comportamentais da vítima de violência sexual:
Sinais físicos:
• Doenças sexualmente transmissíveis identificado por meio de coceira genital, infecções urinárias, odor vaginal, corrimento ou outras secreções vaginais e penianas, cólicas intestinais;
• Gravidez precoce ou aborto;
• Dor, inchaço, lesão ou sangramento nas áreas da vagina ou ânus ao ponto de causar dificuldade para caminhar e sentar;
• Ganho ou perda de peso repentino;
• Falta ou excesso de higiene pessoal.
Sinais Comportamentais:
• Baixa autoestima, timidez e vergonha excessiva;
• Medo ou pânico de alguma coisa específica;
• Tristeza, abatimento profundo ou depressão crônica, que podem provocar comportamento autodestrutivo ou suicida;
• Medo do escuro ou de lugares fechados;
• Mudanças extremas de comportamento;
• Sono perturbado: pesadelos frequentes, agitação noturna;
• Baixo rendimento escolar causado por dificuldade de concentração ou sono durante as aulas;
• Aversão ao contato físico;
• Surgimento de objetos pessoais, brinquedos, dinheiro e outros bens de origem desconhecida ou suspeita.
Evaniely dos Santos
7º semestre – Jornalismo