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CLIMA URBANO: Áreas verdes são ideais para reduzir o estresse térmico

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Uni7 Informa

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A temperatura nas áreas verdes chega a ser menor 5° graus comparados aos espaços com construções urbanas. Conservar as florestas da capital revela-se cada vez mais importante para população fortalezense

A busca por bem-estar, áreas verdes na cidade de Fortaleza, como parques e praças, se tornam cada vez mais frequentes pela população. Estudos feitos sobre clima urbano e saúde comprovam que utilizar esses espaços trazem inúmeros benefícios físicos, psicológicos e mentais à saúde, como o próprio convívio social das pessoas nessas áreas e o conforto térmico, que está associado à redução da temperatura, qualidade e umidade do ar.

Grupo de yoga e meditação no Parque do Cocó, em Fortaleza

Em Fortaleza, pesquisas sobre o conforto térmico apontam que nas áreas com alta concentração de asfalto e concreto, o índice de calor é altíssimo. Em contrapartida, na mesma cidade, debaixo de uma árvore de grande porte, a sensação térmica é drasticamente menor do que poucos metros adiante, ao sol. Dependendo das interações solo-superfície-atmosfera, uma pessoa experimenta o frescor em aproximadamente 25,6ºC, sendo até 5° graus abaixo que o normal.

Para o professor do Departamento de Geografia e dos programas de Pós-graduação da Universidade Federal do Ceará – UFC – e integrante da rede de pesquisas “Cuidando das Cidades”, Jeovah Meileres, na medida em que a cidade cresce, surgem novas demandas de planejamento de urbanização que, por sua vez, pouco consideram as questões climáticas e a preservação de espaços importantes para o conforto térmico. Essa ação, motivada por interesses imediatistas, afeta a qualidade de vida nas capitais e desprezam necessidades humanas básicas, ressalta o professor.

“Percebe-se um alto nível de estresse em Fortaleza. Além do desmatamento, que acaba por diminuir o cinturão verde da cidade. A capital ainda sofre com problemas seríssimos de saneamento básico, acessibilidade e um grande fluxo de veículos”
Jeovah Meireles

Para Jorge Amorim, pesquisador do Instituto de Meteorologia e Hidrologia da Suécia e que trabalha em parceria com a UFC no projeto “Infraestrutura Verde” em cidades tropicais para redução do stress térmico e adaptação às alterações climáticas, os avanços das metrópoles têm seus custos. Um dos principais é o que os pesquisadores chamam de “estresse climático”, fazendo com que os grandes centros urbanos se transformem em ilhas de calor.

Os pesquisadores Jorge Amorim e Jeovah Meileres

Os parques e praças urbanas são áreas verdes que trazem qualidade de vida, proporcionando contato com a natureza. Quando adequadas e atrativas, são determinantes para a realização de atividade física e lazer. De acordo com os pesquisadores entrevistados, uma árvore chega a colocar na nossa atmosfera cerca de 400 litros de água por dia, através do processo de evapotranspiração. Dessa forma, se faz imprescindível o estudo desses parques urbanos para o clima, para a saúde comunitária e para minimização do estresse. “É fundamental lutar pelas florestas urbanas, naturalizar a cidade, entrando em equilíbrio harmônico com a natureza”, ressalta Jorge Amorim.

Texto e Fotos: Thainá Duete (3º semestre – Jornalismo/UNI7)

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