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AMBULANTES: Venda irregular é constante em transporte coletivo

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Uni7 Informa

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A portaria n° 86 da Prefeitura de Fortaleza veta, dentre outras normas, o comércio não regulamentado nos terminais, o que garante maior fiscalização dentro dos equipamentos públicos

O vendedor ambulante Gilberto Pereira, 34, tem uma meta: crescer a atividade que começou há três anos nos ônibus coletivos da capital. Ele considera-se um microempreendedor e pretende criar um ponto de venda em casa com as nove opções de doces e salgados que atualmente vende. De segunda a sábado, entre 7 e 17 horas, o ambulante pega em média 35 ônibus para realizar seu trabalho. O desemprego e a falta de oportunidade o levaram ao trabalho informal, disse.

Mensalmente, o vendedor diz conseguir obter a renda de um salário mínimo, R$ 954,00

Gilberto e mais de um milhão de pessoas estão vivendo do trabalho informal no Ceará. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente ao segundo trimestre deste ano. Pereira falou ter encontrado na atividade a válvula de escape para sustento da família. “Tenho ensino médio completo, experiência e já fiz um pouco de tudo, mas depois que peguei essa prática, foi a melhor coisa da minha vida”, enfatizou.

Segundo a assessoria de imprensa da Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor), o comércio informal em transporte público e nas dependências dos terminais prejudica o fluxo de passageiros para embarque e desembarque e é proibido de acordo com o artigo 40 da Lei N° 7.163/92. Os terminais do Papicu e de Parangaba, segundo a Etufor, são os que registram maior incidência de vendedores ambulantes, apesar de não existir um controle da quantidade de vendedores por terminal, pois o número varia muito a cada dia.

No último ônibus que Gilberto pega, os passageiros já lhe conhecem, o que permite que ele seja mais descontraído na abordagem e venda mais

Mesmo morando próximo ao terminal do Siqueira, Gilberto optou pelo terminal do Papicu como ponto de partida do seu trabalho. Segundo ele, o fluxo de pessoas é maior pelo bairro e áreas adjacentes por concentrarem a maioria dos empregos da cidade. O ambulante admitiu, no entanto, não se sentir à vontade para vender no interior do terminal por medo da fiscalização e, por isso, prefere estar circulando nos ônibus.

“Penso em crescer nisso aqui e conseguir algo melhor. Não penso em mudar de rumo porque esse me dá um bom sustento”
Gilberto Pereira

Todos os produtos vendidos custam R$1,00 e Gilberto adquire a mercadoria no atacado em um box do terminal do Papicu

A Etufor informou que a proibição da atividade dos vendedores é feita em uma ação conjunta entre a Socicam Administração Projetos e Representações, empresa gestora dos equipamentos dos terminais, Secretaria de Segurança Cidadã, por meio da Guarda Municipal e a Agência de Fiscalização (Agefiz). Nos terminais, a Agefiz realiza diariamente a fiscalização do comércio de ambulantes. Já no interior dos coletivos, cabe ao motorista ou cobrador coibir a prática.

Para João Coutinho, motorista há 33 anos, a prática lhe incomoda quando alguns vendedores exaltam o tom da voz, o que lhe atrapalha no sinal de parada. Atualmente na linha Antônio Bezerra/Messejana, Coutinho relatou que, por dia, cerca de cinco vendedores entram em seu ônibus. Já a passageira Sônia Vieira disse se sentir incomodada e constrangida quando alguns vendedores pedem que os passageiros paguem suas passagens para divulgar seus produtos. Ela também afirma ter medo de ser assaltada.

TEXTO e FOTOS: Vitória Barbosa (3º semestre – Jornalismo/UNI7)

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