LEVEL UP: Painel sobre moda discute sustentabilidade e representatividade
A palestra abordou temas acerca de preconceito e respeito, e apresentou projeto de conscientização
A estudante de design de moda, Camile Barbosa, e a representante do movimento Fashion Revolution, Lorena Delfino, participaram da Semana da Comunicação falando sobre o tema “Moda sem amarras”, nesta terça-feira, 25, no Centro Universitário 7 de Setembro (UNI7). Elas falaram sobre preconceito que resiste na sociedade e apresentaram o projeto que busca revolucionar a moda em todo o seu processo.
Apesar do empoderamento, Camile afirma ainda sentir restrições por parte da sociedade. Durante a apresentação ela fez críticas à capa da revista Vogue por, na maioria das vezes, mostrar apenas modelos magras. Disse também ter sido um bebê gordinho, tido obesidade infantil e ter passado por reeducação alimentar, mas percebeu que gordo é um tipo físico, assim como o magro. Hoje, ela procura alimentar-se de produtos mais saudáveis em questão de sustentabilidade, mas não se restringe a massas, por exemplo.
A estudante de moda também critica o nome Plus Size e questiona: “grande em qual referencial?” E completa ao dizer que a moda nunca foi espaço e ainda não é. Relaciona a diminutivos como “cheinha” ou “fortinha”, com o medo de que as pessoas têm da palavra “gorda”.
O movimento Fashion Revolution é a luta por uma moda transparente, ética e justa. Lorena disse ter percebido o falso glamour e exclusão no mundo da moda. “Sempre gostei da moda como uma obra de arte, não daquela moda de distinção e de grupos fechados”. E, quando conheceu o projeto, decidiu onde queria ficar. Segundo ela, Fashion Revolution pensa global e age local.
A revolução da moda é precisa, conforme Lorena, porque é uma indústria poluente: o tingimento têxtil contamina rios e a produção em larga escala promove o trabalho análogo à escravidão e ao trabalho infantil. A campanha #Quemfezminhasroupas, no instagram @fash_rev_brasil, que tem o objetivo de conscientizar os consumidores, foi apoiada por atores, ativistas, costureiras e artesãos. Fashion Revolution trabalha e age por meio de debates, palestras, workshops, eventos, instalações, filmes, relatórios e pesquisas, além das redes sociais e blogs.
TEXTO: Bruna Ramos (3º semestre-Jornalismo/UNI7)
FOTOS: Nadja Sá (3º semestre – Publicidade e Propaganda/UNI7) e Amanda Falcão (3º semestre – Publicidade e Propaganda/UNI7)