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[Semana da Comunicação 2013] Fotógrafo Fernando Jorge destaca possibilidades da profissão

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Entrevistas, Texto

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Fernando Jorge conversa com o Quinto Andar sobre as tendências da fotografia na contemporaneidade

Quinto Andar: O senhor frisou bastante a questão de que a mensagem fotográfica pode ser superior a algumas técnicas da fotografia. Isso seria uma tendência?

Fotografia contemporânea 8 (Raoni Souza)Fernando Jorge: Sim, uma tendência da contemporaneidade. Isso começa a partir de um momento modernista, momento de quebra de regras, de rupturas com as regras estabelecidas e, nessa contemporaneidade, a gente continua nisso.

QA: A fotografia passa por diferentes evoluções. Atualmente, que momento vive a fotografia?

Fernando: A gente está numa situação em que se convive muito com a imagem fotográfica, sem necessariamente ter conhecimento a cerca dela e das imagens de uma forma geral. A gente convive com muitas imagens, mas não somos preparados para essa convivência. A fotografia inclusive. Isso, talvez, seja preocupante no sentido de que é possível que alguém compre uma fotografia de uma forma mais objetiva do que ela de fato é.

QA: As pessoas não são preparadas por que não têm sensibilidade para admirar, entender a subjetividade da foto ou por que são desprovidas de algumas técnicas?

Fernando: Acho que não somos preparados porque nunca tivemos a atenção voltada para isso. Em nosso processo educacional, por exemplo, aprendemos a ler, a escrever, a falar de uma forma correta e adequada, mas não aprendemos nada ou muito pouco em termos de relação com a imagem. Não aprendemos nada da linguagem visual em si. A não ser que a pessoa faça um curso de fotografia, de artes visuais ou esteja cursando nível superior, que esteja estimulando esses atributos. Ao contrário, é possível que eu passe a vida inteira sem saber que existe, por exemplo, princípios da sintaxe visual, que passe a pensar verdadeiramente sobre a natureza da mensagem visual. Aí, essa falta de sensibilidade, da incapacidade de compreensão da leitura da mensagem visual vem da precariedade quanto à pedagogia da imagem.

QA: O público leigo e os graduandos que não têm tal sensibilidade visual, o que eles podem fazer?

Fernando: Se envolver, estudar. Se eu tivesse que colocar esse processo de fotografia de uma forma bem simples e direta, diria: é ver foto dos outros e fotografar, isso começa um grau de envolvimento. Então, é colocar a mão na massa e buscar referências do que já foi feito antes e o que está sendo feito naquele momento. Muitas vezes, começamos a fotografar e achamos que somos os primeiros no mundo a fazer aquilo, quando, na verdade, existe todo um passado fotográfico.

QA: Para os iniciantes, o senhor tem alguma referência?

Fernando: Tenho várias: Henri Cartier Bresson. Iniciando com esse fotógrafo francês se começa bem; Tiago Santana, Sebastião Salgado, Miguel Rio Branco, Cláudio Etges, dentre outros.

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