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NOVAS TENDÊNCIAS – Compartilhar: a palavra de ordem que circula nos ambientes de coworking

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Das ilhas de trabalho ao cafezinho, tudo faz parte da nova forma de trabalho que tem como objetivo principal estimular o convívio entre diferentes pessoas no mesmo espaço

Montar um empresa com sede individual e mantê-la, hoje, tornou-se praticamente um artigo de luxo. Empreendedores que procuram por uma nova forma de trabalho e investimento estão seguindo por um caminho mais barato, o do coworking. Através do compartilhamento de espaço e despesas, esse novo modelo tem sido uma opção recorrente.

Apesar de ser um modelo que já bastante utilizado no país, poucas pessoas sabem, de fato, o que significa coworking. Do inglês, a palavra pode ser traduzida como “cotrabalho”. No entanto, é algo que vai além de um trabalho que pode ser compartilhado. Segundo o site Coworking Brasil, o termo é definido como “uma nova forma de pensar o ambiente de trabalho. Seguindo as tendências do freelancing e das start-ups, os coworkings reúnem diariamente milhares de pessoas a fim de trabalhar em um ambiente inspirador”.

Fachada do Hubb Coworking comandado por Leonardo Padilha (Foto: Divulgação)

De acordo com o Censo Coworking Brasil de 2017, em março foram contabilizados 810 espaços de coworking no país, enquanto no ano passado eram apenas 378 estabelecimentos deste tipo. O crescimento foi de mais de 114%. A pesquisa, que apresenta um panorama desta nova forma de organização de trabalho, traz além dos dados nacionais, informações sobre regiões específicas do Brasil.

Dentre as variáveis do Censo estão: a localização, o tamanho do espaço (em m²), empregos gerados (de forma direta ou indireta), o quanto o mercado movimenta em reais, os tipos de serviços oferecidos, quantas pessoas circulam neste meio dentre outras informações. Há ainda, análise do rendimento deste tipo de negócio, baseada na opinião de donos, ou founders – como são chamado os proprietários desses espaços -, sobre a rentabilidade do coworking. No ranking nacional dos espaços de coworking, Fortaleza fica em 6º – a capital conta com 25 coworkings – atrás das cidades de São Paulo, em primeiro lugar, com 200 estabelecimentos deste segmento e Rio de Janeiro, em segundo, com 71.

“810 é o número de coworkings espalhados por todo território nacional” (Censo Coworking Brasil 2017)

A Hubb Coworking é uma das mais novas componentes deste cenário na capital cearense. Leonardo Padilha, 29, proprietário da Hubb, conta que a ideia do local surgiu de uma necessidade pessoal. “Saí de um emprego no Pecém e fiz o cálculo de quanto eu gastaria para ter e manter um escritório de arquitetura e vi que a conta não batia. É muito caro manter isso”, relata.

Fachada do For Coworking, que tem como donos Glauber Abreu, Alesson Matos e Gilberto Justi (Foto: Divulgação)

A partir disso, buscando parcerias com colegas arquitetos e de outras áreas, Leonardo resolveu investir em um local onde todos poderiam trabalhar juntos. Conheceu outros modelos na cidade e fora do país até que conseguiu montar o seu ambiente. Há um ano no mercado, localizada no bairro Cidade dos Funcionários, a empresa conta com 30 estações de trabalho, 6 salas, 1 sala de reunião e serviços comuns (copa, sanitários, armários etc), além de abrigar 51 empresas.

Por meio de planos que variam de R$ 199,00 à R$ 1499,00 a Hubb oferece serviços que vão desde o aluguel avulso das salas de reunião ao pacote completo que permite acesso aos diversos espaços disponíveis. Para Leonardo, que administra tudo, é mais fácil pagar um valor fixo por tudo o que é ofertado ao invés de ter preços quebrado. “A gente busca reduzir a burocracia”, explica.

Os clientes da Hubb vão desde publicitários e agentes de viagens à engenheiros. “É muito bacana, a gente acaba virando uma família. Chega um a gente apresenta pro outro. Daqui a pouco tem outro”, explica Leonardo. E fala dos planos para o futuro. “A gente pretende em dentro de dois ou três anos se tornar referência no empreendedorismo”, comenta.

Área interna do Hubb Coworking, onde funcionam as ilhas de compartilhamento (Foto: Divulgação)

Glauber Abreu, 33, era professor quando chegou no universo do coworking. A vontade de mudar os rumos o influenciou a começar o negócio ao lado do primo. A For Coworking, surgiu em 2013 quando o conceito de coworking ainda não era muito conhecido. “O local era conhecido como Centro Integrado, pois meu primo não tinha conhecimento sobre coworking”, explica.

“Acredito muito que o coworking é o futuro da prestação de serviço” – Glauber Abreu, idealizador do For Coworking

Depois de muita pesquisa e estudo sobre o empreendimento, fundaram a For. Hoje a empresa oferece além dos serviços físicos – salas privativas e ambientes compartilhados -, endereços fiscais para aqueles que trabalham em plataforma digital. Os endereços fiscais, por exemplo, são de grande importância para investidores com pouco capital. Eles possibilitam redução de custos – neste caso não é necessário ter um ponto comercial para ter a empresa -, e permitem que as organizações comprovem sua existência.

No total, a For tem pouco de mais organizações em seu quadro. Mas, apesar de já estar estabelecido no mercado, Glauber comenta que há ainda preconceito com a nova forma de trabalho, em Fortaleza. “As pessoas ainda não têm a cultura do trabalho compartilhado. As pessoas tem preconceito de trabalhar com outras pessoas, nessa ideia do compartilhar”, lamenta. Mas, o empresário acredita no potencial do coworking. “Acredito muito que o coworking é o futuro da prestação de serviço. É um processo de mudança dessa cultura de trabalho e que brevemente as pessoas vão procurar os espaços de coworking”, esclarece.

NA CONTRAMÃO DO COWORKING

O arquiteto e empresário André Barros Leal não teve tanta sorte no universo de coworking. Deco, como é conhecido, é proprietário do InkLoad Creative Dock, um espaço que trabalha da metodologia de “all-in-one space” (espaço tudo num só). Antes de criar esse espaço, ele tentou trabalhar com coworking, mas não vingou. “A gente travou no coworking na vaidade do cearense, da sala de porcelanato”, explica.
A alternativa foi transformar o negócio. Hoje, o espaço feito de containers, abriga um estúdio de tatuagem, bar e café, loja colaborativa, revenda de moto, horta, empresa de engenharia e outros empreendimentos que ainda vão se instalar no local. Segundo Deco, utilizar containers foi estratégico. “O modelo é legal porque você modula. Se preciso de mais salas, pego um container e boto em cima”.

ESTATÍSTICA: DADOS SOBRE COWORKING EM FORTALEZA

O Censo Coworking Brasil permite análise de dados específicos de cada região e estado do país onde foram contabilizados ambientes de coworking. Abaixo são apresentados alguns dados referentes ao estado do Ceará, especificamente à cidade de Fortaleza. Segundo o estudo, a capital cearense é a única cidade que possui instalações do segmento de coworking.

Mais informações você confere no site da Coworking Brasil.

SERVIÇO

Hubb Coworking
Onde: Avenida Oliveira Paiva, 1600 – Loja: 10, Fortaleza
Contato: (85) 99726.4444 e (85) 30320775
Horários: Seg-Sex 8:00-19:00 e Sab 8:00-13:00
Email: [email protected]

For Coworking
Onde: Rua Marcondes Pereira, 1271 e Avenida Dom Luís, 880 – salas 301 a 304
Contato: (85) 3035-0530
Horários: Seg-Sexta 8:00 – 19:00
Email: [email protected]

InkLoad Creative Dock
Onde: Rua João Alves de Abuquerque 341, Parque Manibura – Fortaleza
Contato: (85) 3393.9487 | (85) 988.233.470
Horários: Cada espaço tem seu próprio horário. Saiba mais no site inkload.com.br
Email: [email protected]

Texto: Ana Vitória Reis (Concludente – Jornalismo/UNI7)

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