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GARI: Profissão que ainda sofre preconceito das pessoas nas ruas

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Com o serviço prestado à sociedade este profissional remove lixo das residências e prédios, prevenindo doenças provocadas pela sujeira acumulada na cidade

Profissional responsável pela limpeza e conservação das ruas e espaços públicos da cidade, o gari comemorou ontem, 16, seu dia. Há controvérsias, atualmente, sobre qual nomenclatura utilizar a atividade, sob pena de se estar constrangendo o profissional. Para Amadeus Oliveira Paixão, diretor social do Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação, Locação e Administração de Imóveis Comerciais, Condomínios e Limpeza Pública do Estado do Ceará (SEEACONCE), o ideal é adotar gari. Algumas empresas fazem a diferenciação de gari como responsável pela varrição das ruas e coletor de lixo os que fazem a coleta de detrito domiciliar pelos bairros.

Segundo Paixão, o serviço do gari prestado à sociedade civil é de extrema importância, visto que a limpeza da cidade e a remoção do lixo das casas previnem doenças provocadas pelo lixo acumulado. “Sem eles, acho que seria muito difícil para nós”, afirma. Ele explicou que o Sindicato atua representando a categoria na área de limpeza da cidade e trabalhando para manter as condições adequadas de trabalho. Paixão também falou sobre as ações que procuram erradicar o preconceito ainda existente nas pessoas com o gari.

O fato é confirmado por Francisco Clairton Pereira, 56, gari e vítima de discriminação por muitas pessoas nas ruas. Francisco disse que já passou por situações constrangedoras, como ir fardado até uma loja e não ser atendido. Só depois de um tempo ele foi notado e atendido. “Essa parede tinha mais valor que eu”, relembra.

Para Francisco Pereira, mesmo algumas pessoas desvalorizando os profissionais, ele precisa fazer sua parte em ser cordial com todos (Foto: Vitória Barbosa)

Há 11 anos trabalhando como gari, Pereira contou que sua rotina inicia às 6 horas, quando sai do bairro Prefeito José Walter para ir ao Centro da cidade, onde fica o ponto de apoio dos garis de sua equipe, e finda às 18 horas, quando chega a casa. Apesar de ser cansativo, disse que precisa do trabalho para sustentar a família. Natural de Baturité, a falta de bons empregos no interior e a dificuldade de estudar, segundo ele, foram responsáveis por ter chegado à profissão atual.

Sobre o pensamento de “se não sujar as ruas não terá emprego para os garis”, Pereira desaprova. Ele explica que, mesmo a população usando as lixeiras existentes em quase todos os pontos da cidade, eles (garis) também as limpam diariamente e suas funções ultrapassam a tarefa de apenas varrer o chão sujo. O gari ressalta a importância de cada um fazer sua parte. “E só assim você vai ter condições de ver uma cidade limpa”, reconhece.

TEXTO E FOTO: Vitória Barbosa (2º semestre – Jornalismo/UNI7)

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