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Praça dos Mártires: sempre aberta ao “Passeio Público”

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Mágica, envolvente, tranquila e um dos símbolos máximos da cultura cearense. Assim é a Praça dos Mártires, popularmente conhecida como Passeio Público, uma das praças mais antigas e com uma das melhores vistas da nossa cidade.

Espaço de contemplação e de muita história, o Passeio Público, localizado na rua Dr. João Moreira s/n, no Centro, foi planejado em 1820 por Silva Paulet. O nome “Praça dos Mártires” foi dado em homenagem aos heróis que pertenceram à Confederação do Equador, como Azevedo Bolão, Feliciano Carapinima, Francisco Ibiapina, Padre Mororó e Pessoa Anta, que, ao serem derrotados pelo Império, foram fuzilados ali mesmo.

Só em 1890, a construção da praça saiu do papel e, em 1940, foi reformada lembrando os mesmos moldes do Passeio Público da cidade do Rio de Janeiro, com as características que encontramos até hoje.

Em estilo neoclássico, rodeada por gradis, luminárias muito bonitas e composta por inúmeros bancos e monumentos, como fontes, estátuas e um lindo coreto, é considerada por muitos um templo de repouso na hora do almoço ou um encanto para os turistas que aqui chegam e se deparam com um local deslumbrante.

Repleto de árvores centenárias – como o famoso Baobá, plantado em 1910 por Senador Pompeu – que são protegidas contra cortes, o Passeio Público provoca um fascínio indescritível, deixando o visitante ainda mais maravilhado e em pleno contato com a natureza.

Para todos os lados que você olhe, há uma informação a ser passada, por meio do detalhe de algum monumento ou até mesmo da bela exibição da extensão das águas do Atlântico. Todos, que ali chegam e param por alguns instantes, saem convictos da maravilha que só os espaços mágicos nos reservam. Só visitando um espaço como este, você tem a certeza de que a contemplação do belo não está morrendo…

Para quem não sabe, o logradouro do Passeio Público foi palco das primeiras partidas de futebol do Estado do Ceará. Isso mesmo! Estas partidas eram disputadas pelos marinheiros que chegavam nos navios que ancoravam no porto da cidade, por ingleses que já moravam aqui e também por pessoas da alta sociedade local.

Muitos professores utilizam-se do espaço para organizarem aulas de campo, para falar muitas vezes sobre a Belle Époque – a praça é uma das valiosas construções realizadas neste período –, mostrando aos seus alunos a genialidade e a história. Meus amigos, estou certo de que a história deste espaço é muito viva, próxima de qualquer um que fique um pouquinho observando todos os seus detalhes, de um dos lugares mais antigos da nossa cidade.

O Passeio Público foi tombado em 1965 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e, recentemente, passou por uma restauração, que recuperou bancos, gradis, fontes, estátuas e jardins, além de um novo projeto de iluminação, beneficiando os amantes do local.

Visando à requalificação do espaço, que por anos ganhou a fama de ser um reduto somente de prostitutas e mendigos, a Prefeitura de Fortaleza, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, vem realizando ações sociais, como apresentações teatrais e musicais, contações de histórias, lançamentos de livros e até piqueniques nos fins de semana.

Desta forma, saborosos encontros acontecem, regados à brisa e ao canto dos pássaros que mostram sua graça ao pousarem em todos os cantinhos, embalando os casais apaixonados e integrando ainda mais as famílias que ali se encontram.

Este processo de requalificação foi fundamental para renascer nos corações de todos nós o sentimento de resgate da nossa memória, enaltecendo um dos maiores palcos de luta e resistência política que Fortaleza já presenciou. Serve como uma forma de chamar a atenção das autoridades para a recuperação de outros espaços de lazer da cidade.

O mais importante a se destacar é que este local, independentemente de como o vejam – se como a Praça dos Mártires, o lugar de encontro de prostitutas, ou, simplesmente, Passeio Público –, representa uma das maiores referências da história de nossa cidade e que merece o devido respeito e atenção por parte dos nossos governantes. Sobretudo, de todos os fortalezenses, com o intuito de fortalecer ainda mais nossa identidade cultural.

Soriel Leiros
8º semestre
Publicado originalmente no blog Fortitudim: http://fortitudim.blogspot.com/

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