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MARTHA DOS MARTINS: Contato humano é a diferença no jornalismo

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Entrevistas

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Editora da área de Cidades fala sobre os bastidores da redação na cobertura cotidiana de pautas factuais

Martha dos Martins na redação do jornal Diário do Nordeste (Foto: Leilane Freitas)

Martha dos Martins na redação do jornal Diário do Nordeste
(Foto: Leilane Freitas)

Formada em Jornalismo pela Universidade de Fortaleza (Unifor), Martha dos Martins, 28, iniciou sua carreira profissional em um estágio de pouco tempo na Catavento, organização social voltada para os direitos da criança e do adolescente. Em seguida, experimentou novo estágio, desta vez no Sistema Verdes Mares, onde está há oito anos.

Atualmente, Martha ocupa o cargo de editora assistente de Cidades no jornal Diário do Nordeste, tanto na versão impressa como na versão online. Durante sua trajetória profissional, sempre esteve mais ligada à edição de jornal. Após um período na editoria de Nacional/Internacional, agora faz parte de uma editoria que a deixa mais próxima do leitor, como revelou para nesta entrevista para o Quinto Andar.

Quinto Andar – Comparando o passado do jornalismo de Cidades e como ele está agora, quais mudanças você vê?
Martha dos Martins: A gente está passando por essa mudança que é a integração com o online. Quando comecei a estagiar, o portal era algo a parte, completamente a parte do jornal. Lembro que o editor do portal ia para as reuniões de pauta e o papel dele era depois de todos os editores falarem, ele perguntar: “O que pode ir pro portal?”. Então, um ou dois editores falava: “ah, pode usar isso. Pode usar aquilo”. Hoje não, a prioridade é o portal. Até por que, hoje em dia, não dá para guardar mais nada. Com as redes sociais, quase não existe mais essa questão de matéria exclusiva. A prioridade agora é a internet. E não existe mais essa “história” da concorrência. Os veículos têm que trabalhar juntos.

QA – Como você lida com os furos de reportagem que a internet (blogs internet) pode dá?
MM: A gente tem que tomar muito cuidado com essa “história” da agilidade da internet. Porque, às vezes, nessa tentativa de dar a informação primeiro, você dá a informação errada. Já aconteceram várias vezes dos internautas mandarem vídeos e, naquela pressa de dar logo, que vai render muita leitura e tudo, a gente vai atrás e o vídeo é um fato que não aconteceu aqui ou então que já é antigo. A gente tem que ter bastante cuidado, de trabalhar para dar primeiro, mas também dar uma matéria de qualidade. O que nem sempre acontece com esses blogs etc.

QA – Como você começou na editoria de Cidades?
MM: A minha trajetória no jornalismo é bem diferente, porque sempre tive essa afinidade com edição, desde a faculdade. Comecei a trabalhar no Diário do Nordeste, no portal. Na época, a estrutura era bem menor e eu ficava mais na parte das chamadas da capa do portal. Na época, era Portal Verdes Mares, hoje em dia é Diário do Nordeste Online. Depois que me formei fui para a editoria de Nacional/Internacional, que também era mais voltada pra edição. Havia as reportagens especiais do fim de semana, mas o dia a dia era mais voltado para a edição de matérias. Depois disso, fui chamada para ser subeditora de Cidades e depois de alguns meses passei à editora. Agora houve essa mudança no jornal e as editorias foram divididas por área. A da área Geral, posta Cidade, Regional e Polícia. Oficialmente meu cargo é Editora Assistente de Cidade.

Jornalista Martha dos Martins fala sobre os desafios da profissão (Foto: Felipe Gomes)

Jornalista Martha dos Martins fala sobre os desafios da profissão
(Foto: Felipe Gomes)

QA – Quais diferenças que você vê da editoria de Nacional/Internacional para editoria de Cidades?
MM: A diferença é a proximidade que a gente tem com os fatos que acontecem aqui na cidade. A gente tem mais proximidade com as fontes, mais contato com o fato mesmo. Ter mais contato com a parte humana é essa a grande diferença.

QA – A editoria de cidades é uma das que mais recebe feedback do público. Como é essa relação do jornal com o público?
MM: É uma relação muito positiva. A gente tem o canal do Whatsapp que as pessoas ficam mandando o tempo todo matérias. Nos comentários do Facebook a gente percebe bem mais o feedback das pessoas, como se estivessem mais próximas do jornal. É importante a gente ter esse contato maior com o público, para saber em que se pode melhorar. Mas, tem que ter cuidado de não dar apenas o que o público quer. Porque existe essa diferença entre o que o público quer e o que ele precisa. A informação é de interesse público, ou de interesse do público? A gente tem que ter cuidado com isso, porque nem sempre o que é de interesse do público é de interesse público.

QA – Há quem diga que a editoria de Cidades é uma grande escola para o profissional de jornalismo. O que você acha disso?
MM: Todo mundo que se inicia na profissão, quer começar estagiando por Cidades porque é o “factualzão”. Você tem que está preparado para tudo. Você vem trabalhar, mas não sabe se vai entrevistar o governador ou se vai visitar a favela do Pau Fininho. Por isso, é uma grande escola, porque você lida com as fontes mais oficiais possíveis, desde o governador até aquela pessoa que é morador de rua. Você tem contato com todo tipo de gente e também tem contato com diferentes regiões da cidade. Você acaba tento o todo da cidade, a cidade no geral.

Imagem de Amostra do You Tube

Leilane Freitas
4º semestre

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