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GERMANA CABRAL: Um olhar prático sobre o jornalismo de revista

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Entrevistas

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Editora da Revista Gente, a jornalista discorre sobre assuntos voltados ao jornalismo de revista

Editora da Gente falou sobre seu trabalho com o jornalismo de revista (Foto: Larissa Becker)

Editora da Gente falou sobre seu trabalho com o jornalismo de revista (Foto: Larissa Becker)

Formada em Comunicação Social pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e especialista em Teorias da Comunicação e da Imagem (UFC/Universidade Federal do Rio de Janeiro), Germana Cabral iniciou seu trabalho no jornalismo como repórter do jornal O Povo, com atuação no suplemento feminino “Companhia da Mulher” e nas editorias de Cidade e Política. Também editou a revista Siará e o Caderno Eva, no Diário do Nordeste.

Em entrevista ao Quinto Andar, Germana, atualmente editora da revista Gente, responsável pela editoria de Reportagem, pelo Caderno Vida e também editora da área Especiais do Diário do Nordeste, falou sobre o jornalismo de revista nos dias de hoje, tanto no que diz respeito aos avanços, como ao trabalho feito na revista Gente, desde a reunião de pauta, seleção das matérias, elaboração dos textos, escolha do design, até a publicação da revista.

Quinto Andar – Quais as principais diferenças entre fazer jornal e fazer revista?
Germana Cabral: Hoje, dependendo do que o jornal se propõe a fazer (no caso de reportagens especiais), às vezes, ambos se confundem muito. A diferença está muito mais na maneira como as matérias são elaboradas, no tamanho, no papel utilizado, na diagramação, além de no design gráfico. Mas, se compararmos uma matéria de revista com uma matéria do dia a dia do jornal, a diferença é muito maior; pois, na revista, o jornalista tem mais tempo para apurar, o texto vem mais aprimorado, e tem um estilo mais literário, dependendo do assunto que se trata.

QA – Você acha que os novos ou futuros jornalistas estão bem preparados, de forma que contribuam com o seguimento do jornalismo de revista?
GC: Na revista Gente, como é semestral, não temos estagiários, mas passei dois anos editando a revista Siará, que era um formato de revista, mas encartada no jornal. Nessa revista, tivemos muitas experiências com estagiários e eles respondiam muito bem à nossa necessidade. Além disso, esses estudantes que passaram pela revista têm muita visão global, inclusive das mídias sociais, que hoje é algo que não se pode desassociar do meio jornalístico. Pelo convívio que tive com esses novos profissionais de jornalismo, acredito que eles contribuirão bastante com o seguimento do jornalismo de revista.

QA – O jornalismo de revista está carente de profissionais ou você o considera um seguimento concorrido?
GC: Na revista Gente, temos uma equipe formada por colaboradores que são jornalistas, que já trabalham aqui na casa há algum tempo, e têm experiência de texto de revista, que é aquele texto mais aprimorado. E também temos pessoas que já deixaram o jornal, mas continuam colaborando para a revista. Não acho um seguimento carente de profissionais.

Germana Cabral, em entrevista ao Quinto Andar, falou sobre os avanços do jornalismo de revista (Fotos: Larissa Becker)

Germana Cabral, em entrevista ao Quinto Andar, falou sobre os avanços do jornalismo de revista (Fotos: Larissa Becker)

QA – Qual o preparo que o jornalista deve ter para trabalhar com o jornalismo de revista?
GC: Creio que o princípio é o mesmo do jornal. O jornalista deve estar aberto a várias áreas de conhecimento e estar sempre bem informado. No caso da revista, o tempo para colher os materiais é maior. Então, o preparo do jornalista, na revista, vem pela leitura e pelo conhecimento que ele tem ao longo de sua trajetória profissional. Mas, independente de uma notícia pequena que você faça ou uma matéria de revista, a ética, a conduta, a responsabilidade são as mesmas do jornal.

QA – O que define se uma pauta é de jornal ou de revista?
GC: Principalmente, a questão do tempo. Na revista, você pode até falar de um assunto que já foi noticiado no jornal, mas deve procurar maneiras diferentes de abordá-lo. O assunto deve ter muito mais profundidade.

QA – O que atraiu você no jornalismo de revista para que, hoje, você trabalhe na área?
GC: Já fiz de tudo um pouco, exceto televisão. A princípio, o que me levou a trabalhar com isso foi a vaga que surgiu como estagiária. Depois, trabalhei em outras áreas, mas acho que as coisas foram acontecendo e fui gostando de trabalhar no jornalismo de revista, principalmente por poder trabalhar um tema de maneira mais criteriosa, com mais zelo, cuidado e profundidade. Essa questão de ver como ficou o resultado final me atrai bastante.

QA – Do que se trata a revista Gente?
GC: A revista está na 10ª edição e é uma publicação do Diário do Nordeste voltada para um público específico. Na revista, procuramos mesclar tanto assuntos que dizem respeito à cultura, como à arte, a destinos turísticos, a automóveis, entre outros. A Gente tem o cuidado de ser sofisticada, mas voltada ao público interessado em temas que tenham a cara do Ceará. O leque de assuntos abordados é o que dá a cara da revista.

QA – Quais os principais critérios utilizados na elaboração dos conteúdos que são inseridos na Gente?
GC: Quando começamos a pensar na próxima revista, procuramos abranger um leque de temas para que os assuntos fiquem bem variados. Escolhemos as matérias pelo perfil, seja de memória da cidade, de cultura, de design, de turismo, de automóveis ou de economia, por exemplo. A partir desses assuntos, começamos a traçar links, dentro desses temas, entre o passado e o presente, incluindo o que se pode falar do presente nessas matérias. Esse leque de escolhas é o que dá essa mescla de assuntos bem diferenciados. A seleção dos assuntos que serão abordados na revista acontece da seguinte maneira: três meses antes, temos uma reunião de pauta, onde editores e repórteres sugerem diversos temas, de acordo com o perfil da revista. Essas pautas são levadas ao editor-geral e, a partir daí, definimos o que será abordado.

Larissa Becker
5º semestre

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