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QUINTO ANDAR VIU O FILME: Trilogia Toy Story

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Com muitas histórias que ainda devem ser contadas, a trilogia de animação chega a duas décadas atraindo legião de fãs

(Foto: Pixar Animation Studios/Walt Disney Pictures)

(Foto: Pixar Animation Studios/Walt Disney Pictures)

Há 21 anos estreava o primeiro filme do estúdio Pixar nos cinemas, “Toy Story” (1995). Chamando atenção do público por ser o primeiro longa-metragem de animação inteiramente computadorizado, o filme entregou muito mais do que uma evolução tecnológica. Além de pioneira no meio cinematográfico, a animação, de certa forma, definiu os próximos filmes da Pixar, consolidando o estúdio que viria a se tornar conhecido, por tratar de temas sensíveis e dramáticos com um plano de fundo bem humorado.

Nesse clássico primeiro filme, a aventura acontece no sentido mais puro e divertido, garantindo risadas constantes durante os quase 90 minutos de projeção. A trama se constrói a partir da rivalidade entre o brinquedo, Woody (Tom Hanks) e seu novo concorrente, Buzz Lightyear (Tim Allen), dublado magistralmente por Guilherme Briggs no Brasil.

A evolução desses dois personagens ao longo da narrativa é algo louvável. Não foi à toa o filme ter sido indicado ao Oscar de melhor roteiro original, concorrendo ao lado de gigantes como “Os Suspeitos”, o vencedor da categoria naquele ano. As maiores motivações dos dois brinquedos se transformam em uma jornada de aceitação. A inveja que Woody sente de Buzz é causada pelo medo da sua substituição, mas logo se mostra injustificável ao personagem, que preza, acima de tudo, o bem-estar do seu dono, Andy. De uma forma um pouco mais complexa, Buzz também passa por uma transição, tendo que lidar com o fato de que, na verdade, é apenas um brinquedo, como seu companheiro havia alertado durante toda sua jornada.

Outro ponto de destaque desse primeiro filme são as músicas que ajudam a conduzir a trama em certos momentos. Sempre mostrando preocupação com o público, a distribuição da Disney acerta em traduzir as músicas para o país, marcando toda uma geração com suas canções. Afinal, quem, na faixa dos 20 anos, não conhece a letra de “Amigo estou aqui!”?

Em 1999 é lançado “Toy Story 2”. Agora com uma trama um pouco mais intensa que a do filme anterior, o foco está sobre Woody, que passa por uma experiência parecida com a de Buzz em sua primeira aventura juntos. Após ser raptado por Al, o excêntrico dono de uma loja de brinquedos, Woody descobre sua história de origem e começa a ter dúvidas sobre qual caminho seguir a partir dessa revelação. Enquanto isso, Buzz e os brinquedos de Andy tentam resgatar seu amigo em uma viagem que funciona como alívio cômico, paralelo a trama de Woody.

Ainda assombrado pelo medo da substituição (característica marcante do personagem desde o primeiro filme), Woody tem que decidir entre voltar para Andy e seus amigos ou ficar com sua nova turma (Jessie, Mineiro e Bala no Alvo) em um museu dedicado a uma antiga série de TV com seu nome. É interessante notar como a premissa que Andy um dia iria crescer e deixar seus brinquedos de lado começa a ser explorada de forma sútil nesse filme. Tanto elas experiências vividas por Jessie como os alertas de Mineiro sobre Andy servem para dar suporte a esse fato.

Sendo assim, “Toy Story 2” cumpre muito bem o seu papel de “filme do meio” na trilogia, servindo para aprofundar melhor a história iniciada no primeiro filme e abrindo possibilidades de trama para a conclusão no terceiro filme.

Depois de 11 anos de lançamento do último filme, eis que a Pixar resolve presentear os fãs com o excelente “Toy Story 3” (2010). Com Andy prestes a ir para a faculdade, o maior medo de Woody se torna realidade: Seu dono não brinca mais com ele ou seus antigos brinquedos há muitos anos. Além disso, os brinquedos são mandados para a creche Sunnyside, onde terão que passar por muitas dificuldades juntos.

Considerado por muitos como o melhor da trilogia, “Toy Story 3” foi um sucesso gigantesco, tanto de crítica quanto de público. Arrebatando 2 Oscars (melhor animação e melhor canção original) e diversas indicações em vários prêmios, o filme tem seu maior mérito no equilíbrio perfeito de sensibilidade, humor e nostalgia. Aliás, é difícil conhecer alguém que cresceu vendo Toy Story e não se emocione com esse terceiro filme, que traz a sensação de retornar várias vezes a momentos da infância.

O melhor exemplo disso é a última cena, em que Andy se despede dos seus brinquedos. A cena tem um significado enorme, seja para quem é fã da trilogia ou um simples expectador, pois transmite bem o sentimento dos filmes de sempre cuidar do amigo e desejar o bem. As palavras de Andy sobre Woody são de uma sensibilidade incrível, fazendo o público se colocar no lugar do rapaz em uma situação pela qual muitos já passaram: A de deixar ir; de amadurecer.

Passar por isso, porém, não significa esquecer (como o próprio filme ensina), afinal, com tantas fases ruins e tantos problemas que não tem fim, “Toy Story” nos remete aos sentimentos que temos de melhor. Já são 21 anos confirmando que o tempo passou (e como passou), e que tivemos o privilégio de vivenciar esses filmes e experiências com nossos brinquedos (e amigos). Vendo uma geração inteira de crianças crescendo em meio a jogos virtuais e aparelhos eletrônicos, talvez um (já prometido) “Toy Story 4” seja necessário. Talvez elas precisem ouvir ou dizer para alguém: “Amigo, estou aqui!”.

Nota: ★★★★★ (5/5)

Jordi Cruz
5° semestre
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