#NOVOSEIXOS: Intervenções que transformam a cidade
Palestrantes debatem com alunos sobre o papel das intervenções urbanas e como elas podem ser uma forma de contestação
Enxergar a intervenção urbana como uma forma de comunicação. Este é um dos principais fundamentos quando se quer uma cidade mais humanizada e menos mercadológica. Este foi o tema debatido nesta segunda-feira, 3, pelos convidados, publicitário Ian Thomé, a ciclo-ativista Raquel Santos e o grafiteiro Marquinhos Abu. A temática, mediada pelo professor Thyago Cabral, foi ‘Arte urbana – a cidade como protagonista’, na sala 520 da Faculdade 7 de Setembro.
Na abertura, o publicitário Ian Thomé destacou o processo de criação das mensagens que ele mesmo espalha pela cidade. Segundo ele é “lendo e escrevendo, lendo e escrevendo, até ganhar uma formatação”.
O professor Leonardo Macedo, da FA7, questionou sobre a legalidade das intervenções na cidade. A ciclo ativista Raquel Santos lembrou que existe, por exemplo, uma lei que diferencia o grafite da pichação e que a policia militar já consegue separar e garantir a liberdade dos trabalhos.
Como militante do coletivo Mulheres do Grafite, ela listou os desafios que a mulher enfrenta dentro desse movimento. “Se sairmos na rua, já sabemos que vamos ser assediadas tanto sexuais como moralmente. Se a gente for sozinha é um perigo. Por isso sempre chamamos uma companheira”, alerta.
Já Marquinhos Abu explicou que o grafite vai além da imagem sobre um muro. Há também todo um conceito envolvido e que, por muitas vezes, passa despercebido. O grafiteiro, como artista, precisa sempre contestar, lançar uma ideia que fuja dos padrões e preconceitos. “A cidade foi feita com uma dinâmica de mercado e não de pessoas. As intervenções urbanas têm, então, um papel de enfrentar isso”, finaliza Abu.
Gabriel Barbosa
5º semestre